Justiça converte em preventiva a prisão em flagrante de psicóloga que levou filho morto em mala

Foto: Tiago Américo/EPTV

A defesa da psicóloga de 31 anos que deu entrada num hospital particular de Campinas com um recém-nascido morto em uma mala, afirmou nesta quarta-feira (6) que a gravidez dela foi “esperada e desejada” e teve todo acompanhamento médico especializado.

A mulher está na UTI, passará por exames psicológicos e, segundo a polícia, será presa assim que tiver alta, o que deve acontecer ainda nesta quarta. O delegado que acompanha o caso afirmou que o namorado da psicóloga tinha ciência da gravidez. Ela teve a prisão em flagrante convertida para preventiva no ínicio da tarde desta quarta-feira (6).

O advogado da psicóloga, Ralph Tórtima Filho, informou em nota que se trata de um caso provável de “psicose puerperal”, um tipo de transtorno pós-parto que, em estados mais agudos, causa inclusive a ruptura com a realidade. Afirmou ainda que a mãe está “extremamente abalada emocionalmente” e sob cuidados médicos, e que acredita que o judiciário vai revogar a prisão, que a defesa considera “injustificável”.

De acordo com um policial militar, a mulher contou que teria escondido a gravidez dos pais e alegou ter sofrido um aborto espontâneo – inicialmente, a informação era de que teria sido no sábado (2), mas o parto, segundo a Polícia Civil, ocorreu na casa da gestante, entre quinta (30) e sexta (1).

Segundo a Secretaria de Segurança Pública (SSP-SP), o caso foi registrado como aborto provocado pela gestante ou com seu consentimento e ocultação de cadáver. A OMS afirma que o termo ‘aborto’ é utilizado apenas quando a interrupção ocorre até a 22ª semana de gestação.

A Polícia Militar constatou que o bebê, do sexo masculino, com 3,7 kg e 50 cm, “apresentava sinais evidentes de morte e rigidez”, que indicavam o óbito superior a um dia. Moradora de Itu, a psicóloga teria dito ainda que logo após “o aborto espontâneo”, colocou o bebê em uma mala e o escondeu em uma estante.

Ela compareceu ao hospital na terça-feira (5), com os pais, para pedir ajuda. A Polícia Militar foi acionada ao local e a acompanha no quarto. O Hospital São Luiz, onde a psicóloga está sendo atendida, não irá se posicionar sobre o caso.

Veja, na íntegra, a nota da defesa da psicóloga:

“Foi uma situação de gravidez esperada e desejada, que teve todo acompanhamento médico especializado. Infelizmente, a criança faleceu, estando a mãe extremamente abalada emocionalmente e sob cuidados médicos. Qualquer atitude sua, sob provável psicose puerperal, merece compreensão e acolhimento. Trata-se de situação que causa em seus estados mais agudos inclusive a ruptura com a realidade. Estamos certos de que o judiciário será sensível a isso, revogando essa injustificável prisão.”

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