Um estudo apresentado pela Unicamp em março deste ano apontou que a Região Metropolitana de Campinas (RMC) conta com o menor número de leitos hospitalares em comparação ao Brasil e ao estado de São Paulo. Diante disso, o Conselho de Desenvolvimento da RMC utilizou o estudo para embasar a necessidade de um novo Hospital Metropolitano, que seria construído dentro do campus da Unicamp, abrindo novas 300 vagas e desafogando a fila da Central de Regulação de Ofertas e Serviços de Saúde (Cross), do Governo do Estado de São Paulo.
Segundo o Secretário Estadual de Saúde, Eleuses Paiva, conversas entre a pasta e os prefeitos da região aconteceram, mas a aposta da secretaria é no reajuste da tabela SUS, fornecendo valores mais altos que os praticados atualmente pelo Governo Federal por procedimentos e atendimentos nos hospitais. “Essa tabela não tem reajuste há vinte anos. O que que acontece? Quanto mais os hospitais realizam procedimentos, maior o endividamento desses hospitais. Pra poder, principalmente na média complexidade, fazer com que as filas andem, o governador Tarcísio assinou o que a gente chama Tabela SUS Paulista. Uma tabela que nós estamos criando no estado de São Paulo, colocando valores justos.”
O secretário reconhece que hospitais como o HC da Unicamp, que é estadual, tem uma alta taxa de ocupação, registrando superlotação em dados momentos. Mas ele acredita que a mudança na tabela SUS poderá favorecer uma melhor distribuição de pacientes por hospitais da região que, segundo ele, possuem disponibilidade de leitos. “E nós acreditamos que a partir do momento que nós temos valores justos, esses hospitais de médio e pequeno portes, que estão com baixa taxa de ocupação, vão ter um incentivo para crescer. Nós acreditamos que só na região de Campinas nós devemos ter aí uma oferta de mais de mil leitos em toda a área do DRS da região de Campinas”.
O secretário afirmou que serão avaliadas as consequências dessas medidas, e disse que dependendo do cenário verificado, um novo hospital poderá sim ser construído na região. “Isso deve desafogar e muito as filas que nós temos nos hospitais de alta e média complexidade. Nós vamos estar medindo isso até o meio do ano, se realmente ainda houver necessidade aí nós vamos estar partindo sim pra construção também de um hospital de média complexidade pra tá atendendo a região”.
Ainda segundo o secretário, em janeiro o Governo do Estado deverá se reunir novamente com gestores de saúde de cidades da região para discutir o cenário da saúde na RMC.