O empresário português Marcio Mendes Rocha, de 49 anos, preso em Valinhos, suspeito de tráfico internacional de bebês, não estava no Brasil quando as crianças que ele alega ser pai foram concebidas.
De acordo com a promotora Aline Moraes, a investigação da Polícia Federal (PF) apontou ainda que as mães desses bebês tampouco deixaram o país, já que não tinham passaporte.
Uma bebê de 38 dias, levada por ele para Portugal em 16 de novembro, foi localizada com seu companheiro na cidade de Valongo, na região metropolitana de Porto e será repatriada ao Brasil.
O destino da bebê, que ainda não tem data para voltar ao país, ainda é incerto. Ela pode receber um acolhimento institucional, ou seja, ser levada a um abrigo, ou encaminhada a uma família acolhedora até a conclusão do processo de adoção.
Um segundo bebê, um menino que também nasceu na Santa Casa de Valinhos, permanece internado. Foi expedido um ofício solicitando que o hospital não dê alta até receber ordem em contrário.
O empresário passou por audiência de custódia nesta terça, 05, e a Justiça decidiu pela manutenção da prisão.
A representante do MP também afirmou sobre a ilegalidade da documentação, só restando apurar se foram apresentados documentos falsos em dois locais (Valinhos e Itatiba), ou em um deles.
Nesse ponto, um escritório de advocacia em Itatiba é alvo de investigações. Para a promotora, essa divergência de domicílios aponta que as advogadas, que entraram com ações de guarda tanto em Valinhos como na comarca em que atuam, teriam “pleno conhecimento” de que se tratavam de endereços falsos.
Aline Moraes ainda detalhou que o comportamento do português, e de uma intermediária, que ora se apresentou como irmã e depois como secretária do empresário, causou estranheza na equipe. A investigação ainda vai apurar seu papel no esquema.
O caso foi denunciado ao Ministério Público (MP) por uma pessoa que teve contato com funcionários e médicos do hospital onde as crianças nasceram. Além do empresário, são investigadas mais cinco pessoas no crime.