Aconteceu na manhã e início da tarde deste sábado (30) em Campinas a tradicional cerimônia da Lavagem da Escadaria da Catedral Metropolitana de Campinas. O cortejo começou às 10h00, com centenas de pessoas usando branco e saindo da Estação Cultura, de lá, desceram o Calçadão da 13 de Maio, até chegarem na Praça da Catedral.
A celebração, que ocorre sempre no Sábado de Aleluia, busca levar uma mensagem de busca da Paz e Respeito entre as religiões. Mameto Mindeua explicou a origem e o significado da celebração em Campinas. “Essa lavagem surge através de uma intolerância religiosa, uma mãe, em 1984, quando ela se inicia no Canomblé, ela varria a rua, ela era funcionária pública, e aqui em frente à Catedral ela sofre uma violência, primeiro, porque ela leva uma pedrada pela questão da religião, então ela sofre uma intolerância religiosa na frente da igreja. Ela então prometeu que iria combater a intolerância religiosa e o racismo com a fé dela, e ela ia lavar a escadaria da Catedral Metropolitana de Campinas, e assim foi feito. São 39 anos, e é sobre dizer que estamos aqui, que nós fazemos parte da história, entenda que nós somos a história e podemos viver todo mundo junto. Sabe por quê? Porque Deus é um só.”
A Lavagem é um processo cultural de matriz africana na cidade, que acontece desde 1985, em todo Sábado de Aleluia. A cerimônia tem como objetivo homenagear os Povos Bantus. A maior parte dos negros escravizados que foram trazidos para o Brasil eram de etnias Bantu, vindo de locais na África como o Congo, Benguela, Ovambo, Cabinda, Angola, Macua, Angico, entre outros.
Em 2022, a Lavagem das Escadarias se tornou Patrimônio Cultural Imaterial de Campinas e, em 2024, completa 39 anos em conservar a tradição de ritos afro-brasileiros.
