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Duas empresas de Sorocaba são investigadas por ligações com facção criminosa alvo de operação

Foto: Divulgação

Duas empresas investigadas por envolvimento em um grupo ligado à facção criminosa suspeita de fraudar licitações já firmaram contratos com a Câmara e a Prefeitura de Sorocaba.

A organização foi alvo de operação do Ministério Público do Estado de São Paulo nesta terça-feira, a Operação Muditia.

Somados, os valores chegam a R$ 26,6 milhões, movimentados entre 2018 e 2024.

O primeiro contrato foi assinado com a Câmara de Sorocaba, na gestão do presidente Fernando Dini (Progressista). O valor inicial era de R$ 620 mil.

O mesmo contrato foi prorrogado por quatro vezes, nos anos de 2021, 2022 e 2023, durante a gestão de Claudio Sorocaba (PSD). Com isso, o valor total do contrato foi para R$ 1.446.600,00. Esse contrato é com a empresa Safe Java Comercial e Serviços, uma das investigadas na operação.

Já a empresa Wagner Dias Borges, também citada na investigação, teve contrato bem maior. Inicialmente, um dos contratos seria de quase R$ 6,2 milhões e foi assinado em 15 de setembro de 2022, pelo prefeito Rodrigo Manga (Republicanos).

Entretanto, em maio de 2023, oito meses após a assinatura do primeiro documento, houve aditivo ao contrato de pouco mais de 10% do valor original, aumentando o total para mais de R$ 6,8 milhões.

Há ainda um contrato de R$ 8 milhões entre a empresa Wagner Dias Borges e a Prefeitura de Sorocaba que começou em setembro de 2018. O contrato teve várias modificações, de aumento e redução de valores.

Houve ainda um contrato emergencial durante a pandemia, no governo de Jaqueline Coutinho (PRD, na época no PSL), para serviços de limpeza do hospital de campanha, no valor de R$ 199 mil.

No total, segundo o Portal da Transparência da Prefeitura de Sorocaba, a empresa já recebeu dos cofres públicos municipais quase R$ 25 milhões.

A Câmara de Sorocaba informou que não foi alvo e nem consultada sobre a operação. Em nota, explicou que a empresa citada foi contratada na Legislatura passada, em 2019, e teve o contrato rompido em setembro de 2023, após falhas na prestação dos serviços, com base na lei de Licitações, e que ela não presta mais serviços para o Legislativo.

Então presidente da Câmara na época do contrato, Fernando Dini afirmou que a licitação não é alvo de investigação.

O presidente da Câmara Cláudio Sorocaba, que fez as prorrogações, disse que se sentiu aliviado por ter sido feito o encerramento do contrato com a empresa citada.

Em nota, a Prefeitura de Sorocaba afirmou que não foi intimada sobre o assunto, e que, como o nome das empresas envolvidas não foi divulgado oficialmente pelo Ministério Público, não seria possível consultar os eventuais contratos.

Sobre a questão, em especial, envolvendo a contratação de quase R$ 200 mil em sua gestão, a ex-prefeita Jaqueline Coutinho disse que desconhece a empresa ou representantes, mas que iria buscar mais informações.

José Crespo afirmou que não estava sabendo da operação, e que se alguém afirmar que empresas contratadas pela gestão dele tinham ligação com a facção, vai processar.

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