O corte de 1.000 árvores está gerando descontentamento de moradores em Piracicaba. Um ofício assinado pelo secretário de Infraestrutura e Meio Ambiente da cidade, Alex Gama Salvaia, autoriza a CPFL (Companhia Paulista de Força e Luz) a fazer os cortes.
Nos últimos dias aproximadamente 20 árvores foram retiradas do Bairro Santa Rita. Ao G1 a Prefeitura de Piracicaba disse que cada árvore cortada será replantada em caráter de compensação florestal.
A decisão sobre o corte das árvores se dá, segundo documento assinado no último dia 22 de março, após avaliação técnica feita por empresa de engenharia florestal concluir necessidade de supressão das árvores “devido a conflito com a rede elétrica”, conforme aponta trecho do texto do ofício encaminhado à CPFL.
Os moradores questionam se realmente foi feito um estudo para a autorização. Doutor em ecologia e professor do Departamento de Ciências Biológicas da Esalq/USP Flávio Gandra diz que o número redondo é estranho.
Ainda segundo o professor as árvores não apresentam risco de queda. Entre as espécies estão araçás, pitangueiras e ipês.
Para o também professor da USP, Demóstenes Ferreira da Silva Filho, especialista em arquitetura urbana, o maior erro é a administração municipal terceirizar a responsabilidade sobre o manejo das árvores.
A Prefeitura de Piracicaba disse que a substituição ocorre apenas pra árvores que podem causar danos à rede elétrica gerando apagões e prejuízos com compensação de plantio de cinco mudas para cada árvore cortada. O município contradiz o ofício e afirma que o que foi assinado é um corte de 250 árvores.
A CPFL Paulista afirmou que o programa foi formalizado com a Prefeitura de Piracicaba em dezembro de 2023. “O objetivo é promover a revitalização da arborização urbana, por meio da substituição gradativa de árvores que tragam riscos à continuidade do fornecimento de energia”. O Ministério Público afirmou que vai apurar o caso.