O homem de 47 anos que foi preso no final da tarde desta terça-feira ao atear fogo em mais um ponto do Pico das Cabras, no limite entre Campinas e Morungaba, disse à Polícia Civil que cometeu o crime por estar “descontrolado e inconformado” com a morte do filho único, que tinha 12 anos, e por ter câncer.
As informações constam no Boletim de Ocorrência do caso, registrado como “incêndio”. Em depoimento aos policiais, ele disse que o filho morreu por causa de meningite e que ele tem câncer em metástase, e que estava “descontrolado”.
Segundo a Polícia, o homem foi localizado na altura do km 17 da Rodovia José Bonifácio Coutinho Nogueira, que passa pelo Pico das Cabras e liga o distrito de Joaquim Egídio, em Campinas, e a cidade de Morungaba.
O carro estava estacionado na rodovia, e o homem estava próximo a um foco de incêndio que havia acabado de começar em uma fazenda que já havia sido atingida nesta terça-feira.
Foram localizados e apreendidos dois sacos de estopa, dois frascos de uma substância inflamável, uma lata de cera, uma lata enrolada com linha e uma mecha de estopa branca que estava escondida no carro.
A localização do homem foi possível após a Polícia Militar Ambiental analisar imagens de câmeras de segurança de fazendas às margens da estrada.
Durante o patrulhamento, além dos militares, também equipes da prefeitura de Morungaba, e até o prefeito, acompanharam a ação. Isso porque, horas antes, os Bombeiros localizaram no trecho queimado no município vizinho uma mecha igual à apreendida.
Além dos incêndios em Joaquim Egídio e Morungaba, o homem também é suspeito de atear fogo em uma área de mata em Itatiba.
Conforme a Polícia Civil, ao menos 150 alqueires foram destruídos nos últimos dez dias nas três cidades. Isso é o equivalente a 3 milhões de metros quadrados de área.
O homem foi encaminhado à cadeia anexa ao 2º Distrito Policial de Campinas e vai passar, nesta quarta-feira, por audiência de custódia.