Júri de PM acusado de matar dois em show é cancelado em Piracicaba

Foto: Edijan Del Santo/EPTV

A Justiça de Piracicaba tentou realizar pela quarta vez o júri do policial militar, Leandro Henrique Pereira, na manhã desta quinta-feira (19). Ele é acusado de matar duas pessoas e deixar outras três feridas ao realizar disparos com uma arma durante um show sertanejo na cidade, que aconteceu em 2022.

O júri foi cancelado logo no início, às 9h, por causa de uma discussão. Na ocasião, o magistrado que presidia o júri proibiu a gravação do julgamento. A defesa do policial afirmou que faria o registro.

Em nota enviada à EPTV, o promotor de Justiça, Aluísio Antonio Maciel Neto, lamentou o ocorrido, negou qualquer ofensa à defesa e afirmou que não vai se pronunciar sobre o ocorrido e expressou solidariedade aos familiares das vítimas.

“Lamento, mais uma vez, o adiamento do julgamento pelo comportamento desrespeitoso dos advogados perante o Poder Judiciário, tão logo a sessão de julgamento foi instalada. Não me pronunciarei sobre o ocorrido, pois os fatos estão devidamente relatados no processo, foram filmados oficialmente pelo Poder Judiciário e testemunhados por diversas pessoas que assistiam ao julgamento. No mais, aguardo a oportunidade de conseguir a realização desse julgamento, em respeito aos familiares das vítimas, que são as pessoas que sofrem com a ausência de resposta do Estado a crimes tão bárbaros e covardes”, afirmou em trecho da nota enviada ao g1.

Já a defesa do policial militar Leandro Henrique Pereira afirmou que foi prejudicada.

“A defesa […] se manifesta no sentido de que novamente foi prejudicada pelo juízo e pela acusação. No início da sessão o juiz presidente determinou que ninguém poderia gravar o julgamento, e que tomaria as medidas policiais contra quem o fizesse. A defesa se manifestou afirmando que gravaria o áudio conforme a lei permite, que juntaria a íntegra da gravação após o julgamento. O juiz afirmou que não iniciaria a sessão e que cancelaria a mesma.

“O promotor se dirigiu ao advogado Mauro Ribas e o chamou de ex-presidiário, iniciando uma discussão acalorada, que houve necessidade de intervenção da Polícia Militar. A defesa repudia o ocorrido, que só atrapalha e desrespeita a busca por justiça das famílias da vítima e do próprio réu”, disse.

Confira a nota do Tribunal de Justiça
“Confirmamos que o júri não se realizou em razão de insistência da defesa do réu em desrespeitar decisão judicial que, com base na LGPD, não permitiu a gravação do julgamento por outras pessoas. Após regularização dos autos, serão tomadas as devidas providências com relação à conduta do advogado. Ainda não há nova data para o julgamento”, afirmou.

Relembre o caso

O caso aconteceu em um show sertanejo no dia 20 de novembro de 2022 no Parque Unileste. Os disparos acertaram Heloise Magalhães Capatto, de 23 anos, e Leonardo Victor Cardozo, de 26 anos.

De acordo com a denúncia, os disparos foram realizados após Leonardo intervir em uma briga entre Leandro, um amigo e uma terceira pessoa.  

Além do PM, o MP-SP denunciou por prevaricação um amigo dele e sua esposa, que também são policiais e estavam no local, por não realizarem suas funções e o prenderem. O amigo ainda foi denunciado por auxiliá-lo na fuga do evento, mas fez um acordo judicial e teve seu caso arquivado.

Já a esposa de Leandro foi absolvida. Anteriormente na ação, o crime pelo qual ela era acusada já tinha sido considerado de menor potencial ofensivo pelo magistrado.

O julgamento já teve três adiamentos, o último foi cancelado após uma confusão ente defesa e acusação, já em plenário.

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