A defesa da dona de casa agredida com um soco no rosto por um policial militar em Campinas (SP) protocolou uma denúncia na Corregedoria da Polícia Militar nesta terça-feira (10). Ela solicita abertura de um procedimento administrativo disciplinar para apurar a conduta dos três agentes envolvidos na abordagem.
No documento enviado à Corregedoria, a advogada da vítima, Thaís Cremasco, acusa os policiais de mentirem no boletim de ocorrência. Segundo ela, o soldado que agrediu a mulher não apenas deixou de ouvir a vítima, como também a ameaçou diversas vezes. Ainda de acordo com a advogada os outros dois PMs são acusados de prevaricação por não deterem o ex-companheiro da mulher, que, segundo ela, deveria ter sido preso por descumprir uma medida protetiva.
Além disso, o documento alega que os policiais impediram vizinhos de acionarem o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), negando atendimento médico adequado à vítima após a agressão.
De acordo com o relato da defesa, o episódio ocorreu no dia 21 de outubro, no bairro Jardim Santa Amália. Na ocasião, a vítima não registrou um Boletim de Ocorrência (BO) contra os policiais, mas eles relataram, na ocorrência que a mulher teria se recusado a ir à delegacia e os ofendido. O registro ainda afirma que ela tentou agredir um dos agentes com um soco, sendo contida com “uso moderado da força”.
Com a divulgação das imagens, a Corregedoria da PM determinou a abertura do inquérito. O coronel Adriano Augusto Leão, comandante do Comando de Policiamento do Interior 2 (CPI-2), afirmou que, além dos depoimentos dos envolvidos e de testemunhas como vizinhos, a íntegra das imagens foi requisitada para análise.
Em nota, o CPI-2 informou que adotará medidas rigorosas para a apuração dos fatos e responsabilização dos envolvidos. Os policiais já foram remanejados das atividades operacionais enquanto o caso é investigado.