A Polícia Civil encerrou o inquérito sobre o assassinato do casal José Eduardo Ometto Pavan e Rosana Ferrari, ocorrido no dia 4 de abril deste ano, em São Pedro. As investigações, conduzidas pela 3ª Delegacia de Homicídios de Piracicaba, revelaram um esquema criminoso sofisticado que envolveu fraude patrimonial, falsificação de documentos e, por fim, homicídio qualificado.
Com o encerramento das investigações, o Ministério Público ofereceu denúncia contra todos os envolvidos. A Justiça acatou o pedido e decretou a prisão preventiva dos sete acusados, que vão responder ao processo presos.
Segundo a polícia, os mentores do crime foram os próprios advogados das vítimas: Hércules Praça Barroso e Fernanda Morales Teixeira Barroso. O casal teria se apropriado de aproximadamente 12 milhões de reais em bens das vítimas, por meio de um falso esquema de blindagem patrimonial. Eles apresentavam despesas processuais inexistentes, falsificavam decisões judiciais e transferiam os imóveis das vítimas para seus próprios nomes.
Com os bens já sob controle, os advogados planejaram a morte do casal. Para executar o crime, contrataram Carlos César Lopes de Oliveira, conhecido como “Cesão”, que já prestava serviços como motorista para eles e tinha antecedentes criminais. Cesão, por sua vez, recrutou Edinaldo José Vieira, o “Índio”, para ajudá-lo.
Os dois receberam dinheiro pela execução do crime, que incluiu também a ocultação dos corpos. Como não tinham a arma, contaram com o apoio de três outros homens: Alex Severino de Lira, José Severino de Lira — conhecido como “Saúde” — e Carlos César Lopes de Oliveira, o “Cacá”. O trio teria fornecido o armamento usado no assassinato.
A primeira fase da Operação Jogo Duplo foi deflagrada em 17 de junho, quando houve a prisão dos advogados e dos dois executores. Após análise de celulares e computadores apreendidos, a polícia chegou aos outros três envolvidos.
A segunda fase da operação ocorreu em 17 de julho, com prisões em São Carlos. Entre os detidos, estão um homem de 29 anos, com quem foi encontrada a arma suspeita de ter sido usada no crime, e um homem de 60 anos, cunhado de um dos executores já presos. Ele também teria participado diretamente da execução e ocultação dos corpos.
Ao todo, sete pessoas foram presas e seguem detidas preventivamente. Em depoimento, os três suspeitos presos mais recentemente alegaram que não sabiam que a arma seria usada para matar o casal e disseram que apenas a alugaram.
A defesa dos advogados afirmou, na época da prisão, que ainda não havia tido acesso ao inquérito. Já os advogados dos últimos presos não foram localizados.
