Dois tipos de apartamentos ajudaram a segurar o ritmo das vendas de empreendimentos imobiliários no 3º trimestre do ano na região de Campinas.
Os “apartamentos padrões”, ou seja, aqueles que são vendidos exatamente como o projeto das construtoras, com salas, quartos, cozinha, banheiros e varanda; e os apartamentos do “Minha Casa, Minha Vida”, que geralmente trazem dois quartos e opções de varanda ou área privativa.
A conclusão é do Secovi-SP, o Sindicato Estadual da Habitação, e que mostrou que esses dois modelos de imóvel corresponderam a mais de ¾ (76,4%) das ofertas lançadas na nossa região nesse período.
Só o “Minha Casa, Minha Vida”, por exemplo, registrou uma alta de 2% no chamado “ticket médio”, que chegou a R$ 290 mil. Ticket médio é o valor médio que o interessado em comprar um apartamento está disposto a pagar, já guardado ou por meio de financiamento.
O bom momento da venda de apartamentos também está no dia a dia das construtoras. Os números do Secovi mostram que a região de Campinas renovou sua liderança como a que mais lança e vende unidades habitacionais desde 2022.
No acumulado de 12 meses, a fatia de participação chegou a 20,2%, e superou até mesmo a Região Metropolitana da capital por alguns décimos de percentual (19,9%).
Entre os especialistas do setor, no entanto, o momento é de um “otimismo cauteloso”, como explica o diretor de Intermediação Imobiliária e Marketing do Secovi, Daniel Aranovich.
“A cautela aparece no volume de lançamentos, que caiu pouco mais de 12%. Ou seja, o consumidor está comprando com mais força, mas o incorporador, seja por custo de obra, por dificuldade de aprovação ou por receio de absorção pelo mercado, está um pouco mais conservador e postergando um pouquinho o início de novos projetos”, avalia.
Aranovich lamenta a manutenção do alto patamar da SELIC, a taxa básica de juros da economia, mas afirma que o setor imobiliário tem conseguido se desvencilhar dela na microrregião de Campinas.
“Isso piora o nosso mercado. Ela influencia muito para pior, mas ainda assim o mercado do interior tem mostrado uma força e uma resiliência impressionantes. Uma SELIC de 15% prejudica muito o mercado imobiliário e encarece o financiamento do comprador final e ainda encarece o projeto para o incorporador que toma dinheiro no banco. Então o financiamento dessas construções também fica muito mais caro”, explica.
Ainda de acordo com a pesquisa do Secovi-SP, o Valor Geral de Vendas (VGV) cresceu 25,3%. Esse indicador considera a soma do valor potencial de venda de todos os empreendimentos a serem lançados.
Ao todo, a microrregião de Campinas comercializou 10.475 novos imóveis de janeiro a setembro de 2025, índice 24,6% superior ao registrado em 2024, quando foram 8.406 vendas.




