Algumas músicas estão sendo ouvidas pela primeira vez inclusive em nosso próprio círculo de amigos, outras são conhecidas por alguns e uma ou outra já deve ter sido tocada em churrascos e festas. Mas o que importa é fazer ouvir esses sons, e é por isso que queremos revirar as gavetas com o Achados e Perdidos e pôr pra circular as músicas que sabemos que existem e de que gostamos muito. E é só o Vol.1.
Agente Secreto é o disfarce de Rodrigo Martins, marcado para muitos como o guitar hero do Grease. Sua música, gravada em casa com amigos que vêm e vão durante a semana, traz muito do amor pelo barulho do Sonic Youth e My Bloody Valentine e o humor nonsense rock’n’roll, como o do Cramps ou mesmo do nosso querido Leptospirose.
Bomba Show é o projeto solo do Thiago Bertazzi, uma vez guitarrista da banda campineira Suíte Nº5, nossa resposta caipira ao Smashing Pumpkins e Stone Roses. Liberto da posição de guitar hero, Bomba Show faz canções muito pessoais, que têm algo de Roberto Carlos, Júpiter Maçã e algum barulho do Pixies.
O Deharu não trai suas origens: Degas e Celia Harumi são frequentadores do cenário roqueiro nacional com o Grease, Low Key Hackers e Vzyadoq Moe, em discos e apresentações que ficaram gravados na memória de quem viu. O Deharu é um rock simples existencial, com um pé na música dark à la Bauhaus e amplas referências nacionais como As Mercenárias e Linguachula.
Leila é Bruno Trochmann, que tocava guitarra/baixo no Denominadores Incomuns até pouco tempo atrás. Voltado para o improviso sobre algumas escalas do Oriente Médio, Leila lembra os momentos mais soltos e barulhentos do Velvet Underground e as guitarras estranhas do B-52’s. Pós-punk árabe?
A Transgressão é toda do Rai Mein, figura do rock sorocabano e cidadão honorário de Campinas. Outrora membro do glam rock The Fortunetellers, a Transgressão é o que seria o Jesus and Mary Chain se este tivesse que pegar ônibus sob o sol brasileiro de segunda a sexta, batendo cartão e bebendo uma gelada no fim do dia pra descontrair. As guitarras do Depeche Mode e da nossa Não-Wave brasileira vêm à mente também.
Chamado por alguns de Filipe Amorim, e por outros de Pipoca, Waldomiro Mugrelise escolheu esse nome para si mesmo. Ele faz oito desenhos por dia, há uns 10 anos, e cada um conta por volta de três histórias diferentes sobre seu dia a dia, notícias de jornal, mitologias pessoais, revoluções astrológicas e casos de amor. É talvez o artista mais ilustre de Campinas, mesmo que não seja o mais conhecido. Estamos trabalhando para mudar essa situação.