Durante a 99ª Reunião Ordinária do Conselho Municipal de Segurança Pública de Campinas, a delegada Raquel Kobashi Gallinati, presidente do Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo, afirmou que o Governo Doria nada fez até agora para solucionar o problema do sucateamento da Polícia Civil. Segundo Raquel, o atual governador promete muito, mas em ações práticas e concretas, nem ao menos sinalizou para uma solução. Ela afirma que a opção do atual Governo tem sido para ações populistas, como a ampliação do horário da Delegacia da Mulher para 24 horas, por exemplo, sem oferecer condições para a implantação dessas mudanças, sobrecarregando os policiais civis.
Raquel Kobashi Gallinati cita ainda as péssimas condições das viaturas, prédios sucateados e falta de munição. Em Campinas, o déficit é de 221 Policiais. Foram apresentados dados que apontam que mais de 50% dos policiais civis do Estado trabalham sem colete balístico. Ou seja, são 13 mil coletes para 28 mil Policiais no Estado. A Promotora de Justiça, Cristiane Hillal, informou que atual situação levou o Ministério Público promover uma ação civil pública contra o governo do Estado sobre a estruturação da Polícia Civil.
Em nota, a Secretaria de Segurança Pública do Estado informou que que estão em andamento concursos para a contratação de 2.750 novos agentes, entre delegados, escrivães e investigadores. A recomposição do efetivo é uma meta do governo, diz a nota. Novos concursos serão abertos, conforme a disponibilidade de recursos e o objetivo é que eles ocorram anualmente. O Departamento de Administração e Planejamento da Polícia Civil já iniciou um programa para reformas e modernização dos distritos policiais e estão em curso licitações para a compra de 8.239 coletes balísticos, 3.740 pistolas semiautomáticas e 580 carabinas. Além de mil coletes balísticos, fruto de uma parceria com o Senasp, que serão distribuídos aos policiais civis.