O médico e epidemiologista da Faculdade São Leopoldo Mandic, André Ribas Freitas, não vê “sentido lógico” na previsão de retorno das atividades em Campinas para o próximo dia 8. Para ele, os dados do surto ainda são graves.
Além de estender o mesmo entendimento às demais cidades da região que iniciaram a retomada em meio ao momento de alta de contágios, Ribas critica o risco elevado à saúde, já que os números de infecções e mortes podem subir.
“As recomendações internacionais são claras: para se pensar em diminuir a intensidade do controle, é preciso três indicadores caindo: pessoas infectadas, com sintomas e internadas. E todos estão ascendentes em Campinas”, alerta.
O especialista vai além e questiona até mesmo as medidas adotadas desde o início da pandemia de coronavírus, que não teriam sido suficientes para controlar o índice de contaminação e a alta taxa de ocupação de leitos de UTI.
Na visão dele, a reabertura gradual só deveria ser adotada se o controle estabelecido durante o surto no Brasil fosse efetivo e resultasse em uma curva decrescente de total de casos, mortes e de pessoas atendidas e internadas.
“Não tem sentido lógico você imaginar que, dentro da curva ascendente, relaxar as medidas vai ajudar a manter o controle. Se nem mesmo com as medidas atuais foi possível, não adianta imaginar uma mágica acontecendo”, critica.
Além de Campinas, que adiou a medida por uma semana por conta da alta de confirmações de covid-19, Cosmópolis e Artur Nogueira também não reabriram o comércio. As demais 17 cidades da região metropolitana já retornaram.