Texto: Assessoria de Imprensa Decom
As diversas formas de discriminação racial foram abordadas de forma lúdica pelo professor e escritor nigeriano Gideon Babalolá Ìdòwú durante workshop realizado na tarde desta sexta-feira, dia 15 de setembro, na sede da Coordenadoria Especial de Promoção da Igualdade Racial (Cepir). O objetivo da visita de Ìdòwú à Cepir foi trazer mais conhecimento à população afro-brasileira do município, bem como difundir o trabalho desenvolvido pela Coordenadoria, vinculada à Secretaria de Cidadania, Assistência e Inclusão Social, para outras comunidades brasileiras e estrangeiras.
“Essa visita enriquece nossa cultura, porque ele ( Ìdòwú) nos trouxe mais conhecimento tanto da nossa religião quanto da África, lugar de onde todos nós viemos. É o nosso passado!”, destaca o coordenador da Cepir, Benedito José Paulino. Para o escritor nigeriano, a proposta do workshop “é fazer as pessoas refletirem sobre a discriminação racial de maneira lúdica porque assim elas ficam mais abertas e assimilam melhor as informações sobre as nossas raízes e cultura, principalmente quando falo sobre a Língua Yorùbá (Nagô)”, contou Ìdòwú.
A língua Yorùbá é o idioma usado por mais de 80% da população da Nigéria, além da República de Benin e em algumas partes de Gana, na África. Esse idioma foi trazido ao Brasil durante a época de comércio de escravos e influencia até os dias atuais diversos ramos culturais brasileiros como a Língua Portuguesa, culinária, costumes, religião, tradição, entre outros. Ainda de acordo com o escritor, o trabalho desenvolvido pela Cepir proporciona “esse ato cultural e o fato de ela abrir esse espaço é muito importante para a sociedade”, completou ele.
O workshop faz parte das atividades propostas pela Cepir e visam “aprofundar o estudo da história africana, colaborando para a erradicação da falta de conhecimento das nossas raízes, conforme preconiza a Lei Federal nº 10.639/2003”, explica o coordenador da Cepir, Benedito José Paulino. Esta lei estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da Rede de Ensino a obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afro-Brasileira”.
Ìdòwú, formado em Língua e Literatura Ocidental (Western Language and Literature – Spanish) pela The University of the State of New York/EUA, é autor de um dos primeiros livros publicados no Brasil sobre a Língua Yorùbá, intitulado “Uma abordagem Moderna ao Yorùbá (Nagô)”.
Neste sábado, dia 16 de setembro, e na próxima semana, Ìdòwú fará outras visitas em diversos locais e workshops em Piracicaba e na Unicamp.
Confira a programação:
15 de setembro – sábado
Horário e local: das 9h às 10h30 – Visita à Casa da Dinda – conversa com
jovens estudantes dos cursos fornecidos pela Casa, na Vila Marieta
Horário e local: das 12h30 às 13h – Visita à Editora Maloca, na Vila União
Horário e local: das 14h às 16h30 – Visita à Fazenda Roseira
Horário e local: 17h – Conversa com Movimento Negro Unificado (MNU) de
Campinas, na Casa de Cultura Tainã, na Vila Padre Manoel de Nóbrega
17 de setembro – segunda-feira
Horário: das 15h às 21h30 – workshop “A Língua Yorùbá e Cultura Africana”,
como parte das atividades educativas do Centro de Documentação, Cultura,
Politica Negra e Projeto de Fusão Cultural Afro
Local: Biblioteca Pública de Piracicaba
18 de setembro – terça-feira
Horário e local: das 9h às 12h – Visita ao Departamento de Linguística da
Unicamp
Horário: das 14h às 16h – workshop “Cultura Africana e Língua Nagô”
Local: Sala Multiuso – CIS Guanabara/Preac Unicamp
19 de setembro – quarta-feira
Horário: das 10h às 17h
Local: Museu Afro Brasil/SP – curador Emanuel Araújo
20 de setembro – quinta- feira
Horário: das 9h às 17h – Gravação e registro de músicas Yorùbá, cantadas
pelo Professor Gideon
Local: Casa de Cultura Tainã.
Contato: www.edeyoruba.com