Cordão da Ruidosa retoma tradição do carnaval no coreto da Praça Carlos Gomes

É muito raro uma cidade do interior de São Paulo não contar com uma praça que contenha um coreto. Introduzidos no Brasil pelos portugueses, os espaços cobertos sempre foram utilizados para apresentações artísticas. Com cerca de 1,2 milhão de habitantes, Campinas mantém essa tradição, também presente em municípios bem menores. O coreto da Praça Carlos Gomes, na região central, foi construído em 1914. Certamente, muitas bandas já tocaram músicas carnavalescas no espaço. Curiosamente, o palco hoje é utilizado por um dos blocos mais jovens na folia de Campinas.

Em 2017, o Cordão do Félix trouxe de volta o Carnaval para a praça. No ano passado, foi substituído pelo Cordão da Ruidosa, que fez no último sábado a segunda apresentação dela na festa em Campinas. A organizadora da festa, Berenice Pereira, lembra que o Félix reabriu a praça para a folia e a Ruidosa deu continuidade ao tradicional local.

Foto: Reprodução/Redes sociais

A Ruidosa é uma bateria democrática. A cada ciclo de Carnaval, novos ritmistas podem chegar para aprender a tocar e acabam integrando o grupo. Bernardo Medeiros sempre foi um folião presente, mas não acreditava que poderia integrar um bloco. Já habituado a tocar surdo, o jornalista afirma que para fazer parte da festa, é necessária muita dedicação.

Nos tempos de Cordão do Félix, a apresentação acontecia na noite de sexta-feira antes do Carnaval. Com o fim da City Banda, a Ruidosa conseguiu transferir a festa para o sábado, segundo Berenice Pereira, já era um desejo do grupo que esse fosse o dia oficial de apresentação.

O Cordão da Ruidosa é jovem, mas o repertório é tradicional. Se hoje existem blocos que apresentam com funk, sertanejo, eletrônico e outras variações, a bateria executa apenas marchinhas e sambas de enredo. Para Berê, é um objetivo do grupo manter o espírito que fez o Carnaval ser a maior festa popular do Brasil.

Por se tratar de uma festa em uma praça, não existe necessidade de se fechar o trânsito no entorno da Carlos Gomes. Mas os horários precisam ser respeitados. Segundo o Diretor da Cultura da Prefeitura de Campinas, Gabriel Rapassi, a organização deve satisfazer os foliões e incomodar o menos possível os vizinhos que não gostam de Carnaval.

O Cordão da Ruidosa pôde tocar este ano até às 21h, também porque um bloco que se apresentava na Praça Bento Quirino, a cerca de 100 metros da Carlos Gomes, deixou de existir. E se depender dos ritmistas, a tradição do Carnaval no coreto vai continuar por muitos anos.

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