A Polícia Civil acredita que integrantes de uma quadrilha que falsificava bebidas destiladas tem mais ligação do que apenas o crime: seriam parentes. É o que foi constatado durante o cumprimento de nove mandados de busca e apreensão em Campinas e Cosmópolis. A investigação começou há alguns meses, após denúncias de venda de produtos produzidos irregularmente em alguns barracões.
Um deles funcionava na Avenida Armando Mário Tozzi, no Jardim Lisa, na região do Campo Grande, em Campinas. No local, os policiais encontraram mais de 6 mil garrafas cheias e vazias, rótulos e até etiquetas que indicam o pagamento do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), que, obviamente, não era recolhido.
O delegado Wagner Carrasco, do setor antipirataria da Delegacia de Investigações Gerais, afirma que alguns dos investigados já tinham feito negócios entre eles, comprovados por meio de plataformas de vendas. Nisso, a polícia descobriu que havia relação de parentesco. E que o esquema de produção de bebidas era sofisticado.
A comercialização era feita de forma física e online. O principal produto falsificado era uísque. A atuação da quadrilha, segundo a Polícia Civil, começou há três meses, mas há integrantes que atuam nessa prática criminosa há muito mais tempo.
O consumo de bebidas falsificadas pode causar vários efeitos nocivos ao corpo, e até situações extremas, como cegueira. Carla Roballo, coordenadora do Pronto Socorro e médica clínica do Vera Cruz Hospital, afirma que os sintomas são facilmente percebidos.
A médica explicou também que, dependendo da circunstância, os agentes de saúde são obrigados a comunicar o caso para as autoridades.
