Presente no cotidiano e no noticiário, a crise econômica é percebida por quem passa pela Avenida Doutor Jesuíno Marcondes Machado, em Campinas, onde ao menos oito imóveis comerciais estão desocupados. O trecho de dois quarteirões entre a Rua Doutor Paulo Nogueira e a Avenida Moraes Salles é o mais afetado. No local, faixas de imobiliárias se estendem pelas fachadas dos prédios nos dois lados da via.
Os indícios são inegáveis, segundo o presidente do Conselho Regional de Corretores de Imóveis, José Augusto Viana Neto, que explica que o setor de locação também sofre com o momento ruim em todo o Brasil. Para ele, o exemplo da avenida no bairro Nova Campinas demonstra quais são os segmentos mais afetados, já que a região abrigava comércios de luxo, como uma concessionária e uma loja de móveis.
A situação, segundo o presidente do Creci, também acontece em outras cidades do estado e na capital paulista. Entre as causas, ele cita a grande oferta de imóveis comerciais, construídos antes da crise econômica. Com a retração financeira e a desativação de inúmeras empresas, a desocupação foi inevitável e por isso ele recomenda que os imóveis vazios sejam mantidos em ordem, assim como a lista de contatos.
Para os proprietários que ainda não perderam os locatários, a dica é recorrer à negociação e à redução dos valores dos aluguéis. Além disso, a expectativa é de que a retomada seja muito positiva para o setor. Apesar dos números negativos por conta da crise, o presidente do Creci, José Augusto Viana Neto, ainda defende o mercado imobiliário. Segundo ele, o setor foi um dos últimos a sentir os reflexos da situação econômica.