A música como instrumento de promoção humana, foi com essa proposta que um adolescentes fundou a 17 anos , em uma das áreas mais carentes de Campinas, o Instituto Anelo, entidade que atende atualmente cerca de 250 pessoas entre crianças, adolescentes, jovens e adultos. O projeto, segundo o músico Lucas Soares, hoje com 34 anos , nasceu nas vielas da favela do bairro em morava, no Jardim Florence. Na época ele queria transmitir para os menores os conceitos de música que havia aprendido com a banda em que participava. As aulas com as crianças aconteciam em sua casa ou mesmo nas vielas na antiga rua 149. Dois anos depois ele conseguiu locar um imóvel no mesmo bairro para atender melhor o grupo de alunos, que não parava de crescer. No começo os R$130 do aluguel eram pagos com dinheiro do próprio bolso. De acordo com o músico Lucas Soares a paixão pela música e a oportunidade de transformar as vidas dos mais jovens foram os grandes motivos que o levaram colocar a ideia em prática. O trabalho desenvolvido pelo então adolescente Lucas Soares foi ganhado destaque e parceiros. Ex-alunos passaram a ser professores voluntários. Entre eles está o músico Levi Macedo Lima , de 23 anos. Atualmente, o ex-aluno vive da música. Assim como ele outros tantos se tornaram profissionais em vários segmentos do mercado musical e grande parte colabora com o trabalho voluntário. Para o fundador da entidade, Lucas Soares,o resultado do trabalho desenvolvido com os parceiros é a prova de que é exercer a cidadania como forma de promoção humana é possível, basta acreditar. Ao longo dos 17 anos do Instituto Anelo, mais de 2.500 apessoas participaram dos projetos. Atualmente são quatro em andamento, entre eles o “Brincando com os Sons”, destinado a crianças de 6 a 11 anos. A estudante Ingrid Andrade de 13 anos , participa do outro projeto, “Instrumentos e Cantos” voltado para adolescentes até 18 anos. Além dos projetos para crianças e adolescentes a entidade promove outros dois cursos intergerações o de “Prática de Banda” e “Sanfônica” que recebe, inclusive, o pessoal da terceira idade. O adolescente Caio Celestino de Oliveira, ainda é novato na instituição. Ele participa de um curso e a mãe e a irmã de outro. De acordo com o idealizador do Instituto Anelo, Lucas Soares, todos os cursos desenvolvidos são de graça, mas os pais dos alunos colaboram com o que podem. A contribuição é depositada em um envelope fechado em um cofre de madeira que é aberto por eles, que são detentores da chave. O dinheiro é somado as demais contribuições que o Instituto recebe para a sua manutenção, como folha de pagamento, aluguel e despesas. A contabilidade é aberta, pois, um dos fundamentos é a transparência financeira da entidade. O próximo sonho do ex-adolescente que criou a entidade é a sede própria. O sonho já começa a tomar os caminhos para se transformar em realidade. No ano passado a Prefeitura de Campinas cedeu o uso de um terreno para a construção do prédio. O projeto já está concluído. A luta agora é a busca de verba para a construção da unidade. Para o idealizador do Instituto, o sonho vai se concretizar com o financiamento na pessoal humana.