O projeto de lei do executivo que prevê a regulamentação do transporte de passageiros através de aplicativos, que tramita na Câmara de Campinas, foi duramente criticado pelo presidente da América Latina da União Internacional de Transportes Públicos, Jurandir Fernandes. Segundo ele, o uso dos APPs é uma tendência mundial e tem uma aceitação muito grande em vários países além do Brasil.
Além disso, causa estranheza o fato do município apressar a aprovação do projeto de lei, sendo que a questão é discutida em âmbito federal. Para Jurandir Fernandes, que já foi secretário de transportes de Campinas e secretário estadual dos transportes metropolitanos, esse deveria ser um momento de reflexão e debate sobre a regulamentação da atividade.
Outro ponto apontado pelo presidente na América Latina da União Internacional de Transportes Públicos é que os aplicativos de transportes atenderam uma demanda que estava esquecida no município. Jurandir Fernandes disse que desde o final da década de 70, a frota de táxis de Campinas cresceu 24%, enquanto a população da cidade cresceu 220% no período. Ele afirma que essa demanda reprimida aliada ao avanço tecnológico, justificam a necessidade do serviço que oferecido pelas empresas de transporte individual.
O projeto de lei do executivo já foi aprovado em primeira discussão pela Câmara Municipal e deve passar pela segunda votação no dia 27 deste mês. Empresas como a Uber, a Cabify e a 99 já informaram que aprovam a regulamentação, mas dois pontos previstos na proposta vai prejudicar a atividade em Campinas: a obrigatoriedade do motorista ter residência fica no município e de ser o dono do veículo usado no transporte. A Uber, por exemplo, informou que essas medidas afetam diretamente 60% de seus prestadores de serviço e que, caso o projeto seja aprovado do modo que está, o preço cobrado poderá subir em até 135%.
