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Jonas e secretários são acusados de pressionar servidores para fazer campanha para Márcio França

Foto: Reprodução Facebook Rafa Zimbaldi

Servidores em cargo de confiança e comissionados da prefeitura de Campinas disseram que estão sendo pressionados pelo governo municipal para fazerem campanha para Márcio França, do PSB, candidato ao governo paulista. A coação teria acontecido em uma reunião realizada na Casa de Portugal, na última terça-feira. Márcio França é do mesmo partido do prefeito Jonas Donizete, que coordena a campanha do candidato.

Segundo os servidores, o prefeito e os representantes do primeiro escalão do governo municipal, liderados pelo secretário de relações institucionais, Wanderley Almeida, pressionaram para que os funcionários públicos aderissem a campanha de França. A reportagem ouviu alguns servidores que participaram da reunião e que confirmaram as denúncias. Eles não quiseram gravar entrevistas, temendo represálias.

Em um momento da reunião, os servidores disseram que os representantes da prefeitura obrigaram que eles adesivassem o próprio carro. Quando alguns servidores disseram que o veículo seria da esposa, o secretário Wanderley Almeida teria perguntado como convenceriam alguém a votar em Márcio França, se eles não conseguiriam nem mesmo convencer a própria mulher. O secretário ainda teria dito que França deveria ser eleito porque convidaria o deputado Arnaldo Jardim para ser secretário do governo do PSB, abrindo assim vaga na Câmara Federal para Luiz Lauro Filho, sobrinho do prefeito e que saiu derrotado nas urnas. Como primeiro suplente ele teria a cadeira de volta.

Os representantes do governo municipal também que havia uma lista com o nome, cargo, secretaria, telefone, escola e número da zona em que os funcionários votam. O prefeito Jonas Donizete aproximou o celular do microfone para que os servidores ouvissem o áudio de um vídeo de João Dória, se referindo a ele como “esse aqui”. Para o especialista em direito eleitoral, Alberto Rollo, para que a suposta coação fosse investigada, seria necessário que ao menos um dos participantes fizesse a denúncia na justiça eleitoral. Ele explica que sem a denúncia, não há elementos que justifiquem uma investigação, já que se tratou de uma reunião partidária e fora do horário de expediente.

 O vereador Marcelo Silva, do PSD, compõe a coligação de João Dória, do PSDB, concorrente de Márcio França na corrida eleitoral. Ele disse que a situação é revoltante e espera que a justiça eleitoral tome as providências necessárias.

A prefeitura de Campinas foi procurada para comentar as acusações, mas informou apenas que não vai se manifestar. O PSB de Campinas enviou uma nota que dizia que a reunião realizada na última terça-feira aconteceu fora do expediente de trabalho e que se tratou de um evento multipartidário com a presença de muitas pessoas que não fazem parte da administração municipal. O objetivo era a mobilização para o segundo turno das eleições. Já a Justiça Eleitoral informou que vai apurar a denúncia.

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