A defesa do presidente do Grupo RAC e dono do Correio Popular, Sylvino de Godoy, conseguiu uma liminar no Tribunal de Justiça no início da tarde desta quarta-feira, concedendo liberdade condicional ao empresário. A decisão ocorre após pedido de Habeas Corpus impetrado pelo advogado de Sylvino, Ralph Tórtima Filho. O empresário, no entanto, continua internado no hospital da PUC, após passar mal ao receber ordem de prisão no dia 22 de novembro. A defesa alega que Silvino sofreu “ilegal constrangimento por parte do Juiz da 4ª Vara Criminal, Caio Ventosa Chaves, que decretou e prorrogou a prisão temporária do paciente”, e citou também o grave estado de saúde dele.
O desembargador Gilberto Leme Garcia, do Tribunal de Justiça de SP, afirmou haver elementos suficientes para a prisão temporária de Silvino, mas aceitou o argumento relacionado à saúde dele. A decisão liminar suspende a prisão temporária e também uma possível preventiva, mas proíbe Sylvino de ausentar-se de Campinas, e obriga o empresário a se recolher à residência dele no período noturno e nos dias de folga. Sylvino de Godoy também terá de entregar o passaporte, e está proibido de manter contato com os demais acusados ou investigados no caso Ouro Verde, ou seja, não poderá falar com o filho dele, Gustavo Katthar de Godoy, preso na última segunda.
Sylvino é acusado de coação à vereadores da oposição e de impor a contratação da empresa de imagem do filho dele, Gustavo Kahttar de Godoy, em troca de reportagens positivas publicadas no jornal que comanda. Os outros sete alvos da Operação continuam presos, em Campinas: o ex-secretário municipal de Assuntos Jurídicos da Prefeitura de Campinas, Silvio Bernardin, Thiago Sampaio, membro da gestão da Vitale, que administrava o Hospital Ouro Verde, João Carlos da Silva Júnior, suposto lobista, Danilo Silveira, dono do laboratório de análises clínicas, Felipe Brás, da empresa de higienização de material hospitalar, Alcir Fernandes Pereira, contador da Vitale, e Gustavo Kahttar de Godoy, filho de Sylvino, que chefiava exames de imagem e prestava serviço ao Hospital Ouro Verde.
Como consequência da Operação Ouro Verde e a prisão do ex-secretário, foi aberta uma Comissão Processante que pode cassar o mandato do Prefeito de Campinas, Jonas Donizette. Jonas também é investigado na Ouro Verde, mas pela Procuradoria Geral de Justiça, por causa da prerrogativa de foro. Investigação segue em sigilo.
