A 59a fase da Operação Lava Jato chegou ao grupo Estre de serviços ambientais nesta quinta-feira.
De acordo com o Ministério Público Federal, uma propina no valor de R$ 122 milhões foi paga entre 2008 e 2014 pelo grupo ao ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado.
Desse total, ao menos R$ 100 milhões foram supostamente destinados a agentes políticos.
Foram as informações prestadas por Machado que deram origem à nova fase da Lava Jato, batizada de Quinto Ano. O ex-presidente da Transpetro firmou acordo de delação premiada em 2016.
Vale lembrar que a empresa Cavo, que integra o grupo Estre, foi alvo de um desdobramento da Lava Jato que investigou lavagem de dinheiro em serviços de limpeza urbana no ano passado, a Operação Descarte.
Nesta quinta-feira duas pessoas foram presas: Wilson Quintella Filho, acionista da Estre e ex-presidente de empresas do grupo, e o advogado Mauro de Morais, suspeito de auxiliar na lavagem de dinheiro. Um outro suspeito está foragido.
Foram cumpridos 16 mandados de busca e apreensão: 15 na capital paulista e um em Araçatuba. As prisões temporárias valem por 5 dias.
Segundo o Ministério Público Federal, as propinas pagas pela Estre são referentes a 36 contratos no valor total de R$ 682 milhões com a Transpetro. Os contratos eram para prestação de serviços ambientais, de reabilitação de dutos e construção naval. As propinas eram entre 1% e 3% do valor total dos contratos.
Sérgio Machado informou na delação que ao menos R$ 100 milhões foram destinados a políticos do antigo PMDB, atual MDB, que o indicaram e o mantinham na presidência da Transpetro. Ele também disse receber R$ 2 milhões por ano e ter R$ 70 milhões em contas no exterior.