O arquivamento da denúncia na Câmara contra o prefeito de Campinas, Jonas Donizette, do PSB, é citado tanto pela acusação quanto pela defesa técnica. Por motivos diferentes, ambas as partes falam na possibilidade de o relatório da Comissão Processante não pedir pela cassação do Chefe do Executivo.
No caso do vereador Marcelo Silva, do PSD, autor do pedido que resultou na instauração da CP, o posicionamento é baseado em boatos dos bastidores. Apesar disso, pondera e diz confiar no próprio trabalho após conseguir a convocação de um dos delatores do esquema instalado no Hospital Ouro Verde.
Na opinião de Silva, a presença de Daniel Câmara, ex-diretor da OS Vitale e que cumpre prisão domiciliar, compensou a ausência de outras 10 testemunhas. Para ele, o relato feito diante da Comissão no dia 31 de janeiro é forte e comprova o envolvimento de Jonas no esquema de desvios de verbas da saúde.
O advogado do prefeito de Campinas, Marcelo Pelegrini, por outro lado, questiona a tese da acusação e afirma não ver qualquer sinal de irregularidade. Além disso, fala que houve “duas impropriedades técnicas” nas falas do denunciante. Uma delas envolve a homologação da delação de Daniel Câmara.
O outro ponto colocado em xeque por Pelegrini é o argumento de que Jonas Donizette estaria diretamente ligado ao escândalo de corrupção. Com base nisso, mesmo dizendo não ter a intenção de fazer qualquer previsão, espera que o documento feito pelo relator da CP indique o arquivamento.
O responsável pela elaboração do relatório da Comissão Processante é Gilberto Vermelho, do PSDB. O documento será entregue nesta segunda-feira, 25. Depois disso, será convocada reunião extraordinária para a leitura do texto e também para a votação que pode cassar o Chefe do Executivo Municipal.