A semana entre os dias 25 de fevereiro e 1º de março deve provocar fortes emoções na Câmara Municipal de Campinas. Isso porque, a expectativa é de que seja lido o relatório final da Comissão Processante que apura a possível omissão do Prefeito Jonas Donizette (PSB) em relação ao esquema criminoso de desvios de verbas públicas do Hospital Ouro Verde.
Além disso, está agendada para a quarta-feira, dia 27, o depoimento do Secretário de Governo do prefeito Jonas, Michel Abrão Ferreira. Ele que foi citado, em depoimento ao Ministério Público, pelo delator Daniel Câmara, e será sabatinado pelo autor do requerimento, o vereador Nelson Hossri (Podemos).
Com relação à Comissão Processante, o relator Gilberto Vermelho (PSDB) está em fase final de redação e deve entregar nesta sexta-feira o relatório. Na sequência, o presidente do legislativo, Marcos Bernardelli (PSDB) precisa publicar uma notificação à comissão no Diário Oficial, informando que o relatório foi entregue, publicação essa que já deve ser sair na edição da próxima segunda-feira.
A partir daí, Bernardelli pode convocar a sessão para votação em qualquer um dos dias, lembrando que a comissão deve concluir os trabalhos até o dia 7 de março. O que ainda não está fechado entre os parlamentares é a dinâmica para leitura do relatório na Casa. Se for na íntegra, a expectativa é de que leve de dois a três dias mas também se trabalha com a possibilidade de que sejam lidas apenas as peças principais.
No relatório, o relator deverá indicar pela admissibilidade da denúncia ou pelo seu arquivamento e aí, os vereadores votam.
O que ainda não está definido é como será feita toda a estrutura caso o relatório comece a ser lido na quarta-feira pela manhã já que no horário da sessão ordinária, entre às 17h e 18h, as atenções estarão voltadas ao depoimento de Michel Abrão Ferreira, também na casa legislativa. Apenas Nelson Hossri poderá fazer os questionamentos durante uma hora.
O secretário, que é sobrinho de Jonas, deverá explicar a suposta participação no esquema de corrupção na área da saúde já que, segundo Daniel Câmara (um dos diretores da Vitale Saúde), ele teria contratado o servidor Maurício Rosa para a Secretaria de Saúde com o objetivo de garantir aumento de repasses ao Hospital Ouro Verde. Maurício Rosa foi exonerado em dezembro de 2017, depois da primeira fase da Operação do MP.
As sessões da próxima semana deverão ser abertas ao público mas com restrição de acordo com a capacidade pré-estabelecida.
