Uma paralisação de funcionários seguida de uma assembleia na manhã desta sexta-feira na empresa Sancetur, responsável pelo transporte escolar de Paulínia, foi marcada por um tumulto após a chegada do proprietário da empresa, Marco Antonio Abi Chedid, conhecido como Marquinho Chedid, ex-presidente da Câmara de Campinas e atual presidente do Clube Atlético Bragantino.
Segundo o vice-presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Transporte Rodoviário de Campinas e Região, Izael de Almeida, a assembleia discutia o desconto da contribuição sindical no valor de R$ 90 no holerite dos trabalhadores.
O vice-presidente do sindicato afirma ser contra o desconto, que ele afirma ser ilegal, contrariando o presidente do sindicato. A assembleia discutia a restituição dos valores e também outros problemas que seriam enfrentados pelos trabalhadores da empresa, como falta de depósito de FGTS e INSS, falta de uniforme, entre outros problemas alegados pelo sindicato.
Em um dado momento da reunião, realizada na garagem da empresa, Marquinho Chedid chegou, e, aos gritos, criticou a paralisação dos funcionários, afirmando que não haveria motivo para paralisação uma vez que a empresa pagou os salários corretamente, e que sempre resolveria os eventuais problemas reclamados pelos funcionários. Chedid alegou ainda que a paralisação poderia levar à perda do contrato de prestação de serviço da empresa com a Prefeitura de Paulínia.
Logo depois, aos gritos, Chedid avança sobre o sindicalista Izael de Almeida e tenta retirá-lo do local, mas é contido pela Guarda Municipal, que acompanhava a assembleia. Izael então grita que os funcionários não devem deixar a garagem até que os R$ 90 sejam devolvidos a cada um deles.
Os fatos foram registrados em uma filmagem realizada por uma pessoa ligada ao sindicato. Após a confusão, Izael confirmou que a empresa depositou os R$ 90, que haviam sido descontados, aos funcionários.
Nós entramos em contato com Marquinho Chedid, que não quis gravar entrevista, mas afirmou que a assembleia ocorreu sem pedido prévio do sindicato, e que por isso não houve autorização da empresa.
Além disso, ele afirma que não reconhece o vice-presidente do sindicato, Izael de Almeida, como representante dos trabalhadores, e afirma que quem a empresa reconhece como representante do sindicato é o presidente, Matusalém de Lima, e que há uma briga interna no sindicato entre os dois, e que a empresa não pode ser envolvida em tal confusão.
Chedid disse ainda que o desconto da contribuição sindical não se deu para todos os funcionários, mas somente para 60 que são filiados ao sindicato, e confirmou a devolução do dinheiro. Por fim, ele negou problemas referentes a depósitos de FGTS e INSS.
