A Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Estado de São Paulo divulgou um manifesto para se posicionar diante do cenário da pandemia provocada pelo novo coronavírus e a consequente recessão econômica que se segue após o fechamento do comércio. No texto, eles afirmam respeitar a Organização Mundial da Saúde e o Ministério da Saúde e garantem que não vão tomar nenhuma decisão que possa ser interpretada como desobediência civil.
Os lojistas também cobram uma suposta ausência de liderança política federal, além da omissão de políticas públicas estaduais e municipais efetivas para o varejo. O pedido é que o governo promova a isenção de tributos e não a prorrogação dos pagamentos. A federação defende ainda o uso do FGTS e do Seguro Desemprego, como forma de garantir o pagamento total dos salários dos trabalhadores, com o objetivo de manter o emprego dessas pessoas. Eles entendem que os fundos foram constituídos pelas empresas e que seria justo usá-los nesse momento de crise.
Segundo o presidente da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Estado de São Paulo, Maurício Stainoff, este deve ser um momento de reflexão. Ele lembra que já enfrentou diversas crises econômicas, mas disse que esta foi a primeira vez que ficou impedido de trabalhar. “Pois é, é uma coisa inusitada. Eu passei por várias crises na vida, vivenciei a crise do petróleo na década de 70, vivi a época do congelamento de preços do confisco e tudo mais. Só que a gente trabalhava. A grande dificuldade que enfrentamos nesse momento é não poder trabalhar”, afirma.
No manifesto, os dirigentes lojistas elogiaram a iniciativa de criação de linhas de créditos para pequenas e médias empresas, anunciada pelo governo federal na última semana. Porém, eles acreditam que o benefício chegará depois de instalada a necessidade e a recessão, se tornando medidas políticas paliativas em um momento que o varejo precisa de previsibilidade.