As pessoas que estão acima do peso têm mais propensão a desenvolver complicações quando testam positivo para o novo coronavírus. No Brasil, a relação entre obesidade e covid-19 ganhou destaque após a morte de um jovem de 23 anos, no Rio Grande do Norte. Ele era obeso e apresentou complicações enquanto tratava a doença e não resistiu. A relação também foi debatida em algumas publicações científicas disponibilizada para vários países.
A revista The Lancet apontou maior vulnerabilidade dessa parcela da população ao covid-19. Um estudo feito pelo Centro Nacional de Pesquisa e Auditoria em Terapia Intensiva apontou que sete a cada 10 pacientes internados por causa do coronavírus em UTIs no país são obesos ou têm sobrepeso. De acordo com o médico especialista no tratamento dos distúrbios da obesidade, Cid Pitombo, a situação preocupa mais porque as pessoas com sobrepeso não estão incluídas no chamado grupo de risco da covid-19. Para explicar sua preocupação, ele traça um paralelo com a epidemia de H1N1. “Na epidemia de H1N1 já se demonstrava que existia uma facilidade maior de contágio e, quando contaminados, a progressão da doença é pior. Visto que, por ser obesos, eles já tinham comorbidades associadas e com isso eles já tinham organismos que tinham uma reserva de defesas pior, para reagir a essa infecção. E agora, com essa questão do coronavírus, são vários estudos que também demonstram uma fragilidade maior dessa população”, afirma.
No Brasil, mais da metade da população tem sobrepeso e um a cada cinco brasileiros é obeso, de acordo com uma pesquisa realizada em 2019 pela Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doença Crônicas. A obesidade é também um fator de risco para diversas doenças, como diabetes, doenças cardiovasculares e pulmonares, que são características que também determinam se um paciente vai desenvolver um quadro grave de covid-19.
