O coronavírus tem exigido do poder público medidas para aumentar os leitos de UTI em todo o País. Um legado que poderia ser mantido após a pandemia para beneficiar futuramente os pacientes. No entanto, isso não deverá ocorrer, na análise do médico e diretor executivo da área da saúde da Unicamp, Manoel Bertolo. Ele lamenta que o Ministério da Saúde não conseguirá manter por muito tempo esse financiamento, que é exclusivo para leitos direcionados a pacientes com covid-19.
Bertolo coordena toda a distribuição e estrutura dos leitos da Unicamp no Hospital de Clínicas, no hospital de Sumaré e em Piracicaba, que são cidades que tem parceria com a Unicamp. Ele acompanhou nesta semana o reitor em São Paulo na assinatura de um aditivo financeiro para os leitos de UTI para Unicamp. Bertolo defende que haja uma mobilização do poder público da região para pressionar a manutenção de pelo menos uma parte desses equipamento depois da pandemia.
Formam habilitados para Campinas um número de leitos que já ultrapassa 400 equipamentos, exclusivos para a covid-19. Bertolo cita como exemplo o Hospital de Clínicas da Unicamp, que iniciou a pandemia com 26 leitos e agora possui 63. Bertolo finaliza lembrando que um legado que ficará para sempre e que ninguém será capaz de tirar é o aprendizado que a pandemia tem imposto a profissionais e autoridades da área da Saúde do Brasil.