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A tempestade de som e poesia do grupo Secos e Molhados

foto: Antônio Carlos Rodrigues- capa do 1ª disco dos Secos e Molhados

Era fevereiro de  1974 o ginásio do Maracanãzinho estava praticamente lotado .  Do lado de fora a  multidão,  ainda,  reunia esperanças   em poder entrar e assistir ao show. Entre os que estavam do lado de dentro e fora estimasse a impressionante marca de 100 mil pessoas. Pois afinal contas  atingir grandes números  era algo comum para aqueles rapazes que se intitulavam os Secos e Molhados.  Realmente impressiona a posição de destaque no cenário musical brasileiro e até internacional, que o grupo Secos e Molhados  ocupava. Dois anos antes eles usavam    o palco do teatro Ruth Escobar em São Paulo como laboratório para aquela alquimia que ganhou um impulso tão grande, que nem o mais ambicioso  marqueteiro de artista  conseguiria engendrar.

O português João Ricardo  se inspirou numa tabuleta em uma viagem a  Ubatuba para dar  nome ao grupo que um dia sonhava em ter . Mas além de ser o mentor dos Secos e Molhos , a contribuição mais importante de João Ricardo ao conjunto  foi  a sua inigualável  habilidade em musicar as palavras. Com extrema destreza ele criou melodias maravilhosas a partir de poemas que tinham sido escritos sem a preocupação métrica de uma  canção.

Se João Ricardo foi o cérebro do grupo, Ney Matogrosso era  o coração dos Secos e Molhados. Por experiência  do teatro a sua presença de palco irradiava um magnetismo avassalador. O medo de perder a liberdade pelo excesso  de exposição o fazia   se apresentar com  uma  maquiagem pesada  como uma espécie de máscara para não ser reconhecido nas ruas. E ironicamente  a sua postura cênica andrógena teve um efeito contrário e praticamente definiu a imagem do grupo, rosto pintado e roupas coloridas.

Em pouco tempo  os Secos e Molhados ganharam projeção no cenário musical paulistano até o lançamento do  excelente disco homônimo em 73. Esse  primeiro trabalho  no lançamento já tomou de assalto o pais, com a impressionante marca de 300 mil cópias vendidas já no primeiro mês. Mas existiu um outro elemento que  ajudou a fortalecer o grupo, foi o lançamento do disco na primeira edição do programa fantástico que trazia  a novidade da TV em cores.

Essa formação clássica grupo  teve mais um disco lançado em 74 e na sequencia por desentendimentos o grupo sofreu uma reformulação com as saídas de Gerson e Ney  . Os Secos e Molhados, nos demais trabalhos, não conseguiram repetir o mesmo sucesso dessa fase inicial   e  o jovem   Ney Matogrosso ainda viria a escrever várias páginas na história da MPB.

Acompanhe nessa edição do quadro Música é Cultura, as canções marcantes do grupo Secos e Molhados.

 

entre em contato

musicaecultura@cbncampinas.com.br

produção

Walmir Bortoletto

edição

Paulo Girardi

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