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Silvia Brandalise vê vacina chinesa com desconfiança

A Médica Oncologista e Presidente do Centro Infantil Boldrini, Silvia Brandalise, externou, em entrevista à CBN Campinas, a desconfiança dela em relação a vacina chinesa contra a covid-19, a Sinovac, que começou a ser testada no estado de São Paulo. A principal causa da suspeita é a origem da vacina. “Gato escaldado tem medo de água fria, né? Saiu uma publicação da OMS sobre drogas espúrias e drogas falsas. 80% vem da Índia e da China. A OMS que mostra isso para o mundo inteiro”.

Essa desconfiança vem após a batalha pública travada pela doutora e pelo Centro Infantil Boldrini nos últimos anos contra a Leuginase, medicamento chinês utilizado no tratamento do câncer, que foi fornecido ao Boldrini e a outros hospitais pelo Ministério da Saúde em 2017, sendo utilizado ainda ao longo de 2018 e parte de 2019. “A Leuginase era um produto grosseiramente impuro para ser utilizado para câncer, e nós provamos para revistas e laboratórios internacionais que é um produto completamente não adequado para fazer uso em seres humanos. Se estima que cerca de 6 mil crianças tenham morrido por causa da Leuginase”, explica.

Silvia Brandalise chama a os responsáveis pela Leuginase e por outros medicamentos sem eficácia de “bandidos”, e conta que o problema não é simplesmente a origem do produto, pois antes da Leuginase, ela já teve de enfrentar um problema com um medicamento dos Estados Unidos na década de 1980. “O primeiro bandido que comprei foi de um laboratório americano, que vendeu ao Governo Federal um medicamento vencido, sem eficácia. Coube ao Boldrini denunciar e comprovar o fato, inclusive nos Estados Unidos”.

Questionada sobre o uso da hidroxicloroquina, a médica ressaltou a necessidade de comprovação científica de eficácia do medicamento, e criticou a briga política que cerca a droga. “A hidroxicloroquina precisa de evidência científica, né? Vou repetir uma frase do Zeferino Vaz, que foi reitor e fundador da Unicamp: quando a ideologia partidária entre por uma porta, a ciência sai pela janela”.

A presidente do Boldrini falou ainda sobre os casos de covid-19 no hospital, que, na avaliação dela, tem uma incidência baixa. “Incidência foi muito pequena, tivemos comprovados só dois casos em pacientes, que não eram portadores de câncer, tinham uma outra doença, que é doença calciforme. Hoje temos 42 casos suspeitos. De abril até junho foram 3.761 pacientes, desse total tivemos 42 com suspeita, e desses só comprovamos em duas, em dois pacientes”.

 

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