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Emprego sobe na RMC, mas cai em Campinas

Foto: Valéria Hein

Com 871 novos postos de trabalho, a Região Metropolitana de Campinas fechou julho com saldo positivo após quatro meses de queda na geração de empregos. A reação acontece graças aos setores da construção civil, com 824 vagas, da indústria de transformação, com 598, e também do comércio, que criou 539.

A tendência foi notada na maioria das cidades no sétimo mês do ano, mas Paulínia, Sumaré, Hortolândia e Pedreira somaram juntas mais de mil vagas. Os dados do Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados foram analisados pela economista do Observatório PUC-Campinas, Eliane Rosandiski.

Para ela, ainda não é possível dizer que o pior cenário dentro da pandemia já passou. E por isso sequer compara os números com os resultados de 2019. Ainda assim, avalia que o aquecimento tímido é um bom indicativo, principalmente nos setores da construção, industrial e do varejo em geral.

“O que a gente gostaria de falar é que o pior já passou, mas ainda é cedo. Mas de fato tivemos um pouco de recuperação do emprego industrial, o que costuma ser boa notícia, e o comércio, após grande queda, voltou a criar”, afirma.

Em Campinas, a criação de vagas também aconteceu. No comércio, por exemplo, Roseli Benedita e Renato de Oliveira conseguiram uma colocação. A líder de cozinha e o porteiro foram contratados por um novo supermercado durante as crises sanitária e financeira geradas pelo coronavírus.

“Eu trabalhava com restaurante, mas fechei por motivos financeiros. Aí mandei o currículo e fui chamada”, conta ela. “Estou trabalhando com muito orgulho depois de quatro anos desempregado. Me inscrevi e fiz as entrevistas”, diz ele.

Apesar disso, com aproximadamente 50% dos postos fechados no período, Campinas teve saldo negativo de 994 empregos formais no mês de julho. A manutenção da reabertura gradual e a extensão da validade da Medida Provisória que permite reduzir salários, porém, podem dar bons resultados.

“Esse retorno das atividades com certeza vai impactar uma parte dos serviços. Tanto é que estamos bem negativos nos setores de alojamento e alimentação, que devem ter agora uma recuperação”, aposta ainda Eliane Rosandiski.

A economista, por outro lado, lembra que o risco de crescimento do contágio pelo vírus existe e cobra medidas que fortalecem a demanda ao fim da MP. Apesar dos indícios positivos em relação a julho na geração de emprego, no acumulado do ano a RMC tem saldo negativo de 33,2 mil postos de trabalho.

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