Cerca de 100 moradores da ocupação Nelson Mandela, em Campinas, fizeram um protesto na manhã desta quinta em frente ao condomínio onde mora o prefeito Jonas Donizette. O ato pediu que as 108 famílias que vivem na área particular não sejam despejadas, já que a reintegração de posse a ser feita pela Polícia Militar está marcada para 31 de agosto.
Thamires Batista Gomes é uma das coordenadoras do grupo e conta que a manifestação no bairro Chácara Primavera cobra diálogo e reuniões com a Administração Municipal. “A gente não pode ficar sem uma solução. Eles estão nos enrolando há quatro anos e até nos prometeram um terreno para um loteamento. Mas agora estamos com a corda no pescoço”, diz.
Por conta da pandemia, ela diz que a situação dos moradores, antes já precária, piorou. Além disso, conta que muita gente está sem emprego atualmente e também não tem para onde ir. “É difícil, porque a maioria está desempregada e dependendo do auxílio emergencial do governo, mas o Jonas não dá respaldo. Por isso a gente veio na porta da casa dele”, afirma.
Por volta das 10h o grupo deixou o local. Duas viaturas da Polícia Militar acompanharam o protesto. Uma delas ficou por mais alguns minutos em frente ao prédio. Não houve confusão. A Prefeitura respondeu que “lamenta a exploração política em ano eleitoral de episódio que merece ser tratado com seriedade, como a Administração Municipal vem tentando fazer”.
A nota diz que a reintegração foi pedida pelo dono da área e que “a Justiça já decidiu que auxílio-moradia só pode ser concedido a famílias que estejam na ocupação desde o seu início”. Por fim, encerra o comunicado enviado pela assessoria de imprensa argumentando “que o Ministério Público se posicionou contra a reintegração de posse durante a pandemia”.
