Micros e pequenos empresários e consumidores endividados na pandemia devem buscar o diálogo e a renegociação com os fornecedores e credores. Conforme o Ipsos, instituto de pesquisa e inteligência de mercado, somente em maio, seis em cada dez brasileiros deixaram de pagar alguma conta.
Para evitar que essa bolha da inadimplência cresça, o advogado especialista no contencioso cível Mário Conforti, traça dicas e recomendações básicas. Na opinião dele, o ideal é que a saída por descontos, parcelamentos ou prorrogação de prazos seja buscada. E o bom senso deve ser o caminho.
“Isso pode evitar transtornos com a negativação do CPF, a inclusão nos cadastros negativos e protestos desses títulos de cobrança. É preciso bom senso. Muitas empresas têm concedido descontos e parcelado dívidas”, diz.
A adoção das medidas ajuda até mesmo as empresas que possuem títulos a receber, já que a manutenção do caixa é essencial no período atual. No caso das entidades, inclusive, se a crise parecer quase incontornável, a decisão pela recuperação judicial deve ser bem pensada pelo empresário.
Isso porque o plano a ser apresentado aos credores deve ser seguido exatamente nos termos enviados e aprovados em assembleia mediante o judiciário. Como a ideia é que a empresa siga funcionando e se mantenha operante ao final de todo o processo, a opção deve ser encarada com responsabilidade.
“Uma vez aprovado o plano em assembleia dos credores, a empresa precisa cumprir as obrigações. E nesse meio tempo ela vai continuar operando. O objetivo é que continue produzindo riquezas e gerando empregos”, afirma.
Para consumidores e empresários que ainda não estão entre os inadimplentes, mas que enfrentam dificuldades para pagar, o importante é fazer contas. O ideal é que o essencial para a sobrevivência seja priorizado, o que deve levar ao corte de gastos supérfluos e considerados de pouca importância.
