O decreto da Prefeitura de Campinas que oficializa a permissão para a retomada das cirurgias eletivas, que são as menos urgentes, animou os médicos e setores administrativos dos hospitais de Campinas. A liberação das cirurgias eletivas foi possível por causa do reenquadramento de Campinas para a fase laranja do Plano São Paulo.
Na rede particular, esse tipo de procedimento foi interrompido em Junho. No Hospital Maternidade de Campinas, antes da pandemia, eram realizadas de 70 a 90 cirurgias eletivas por dia. De acordo com o presidente da Maternidade, Carlos Ferraz, a retomada vai respeitar a necessidade de disponibilização dos leitos de UTI.
A maternidade precisa ainda administrar o medo de muitas pessoas de irem em hospitais, mesmo nos que não atuam na linha de frente do recebimento dos casos gerais de covid. Já, no Hospital Vera Cruz, o diretor presidente, Erickson Blun, explica que a decisão pela cirurgia é do médico responsável, em comum acordo com o paciente.
Na rede pública, as eletivas estavam suspensas desde março. Segundo a Secretaria de Saúde, a maioria dos procedimentos que deixaram de ser feitos está na especialidade de ortopedia. No entanto, segundo a prefeitura, ainda não houve um estudo mais refinado sobre as cirurgias que ficaram represadas, pois as equipes estão mobilizadas para a covid.
No HC da Unicamp, as cirurgias eletivas estavam suspensas desde o dia 23 de março. Como o HC está fora da gestão municipal e sob as regras estaduais, a situação vai permanecer conforme o que já estava estabelecido. Ou seja, as que podem aguardar permanecem suspensas, com realização somente das consideradas urgentes. De acordo com a assessoria de imprensa do HC, as eletivas com maior demanda são das especialidades de oftalmologia, ortopedia, traumatologia, urologia e gastrocirurgia. O Hospital da PUC Campinas também foi consultado e não quis falar sobre o assunto.
