A intenção de compras de imóveis no prazo de 24 meses em Campinas subiu para 25% em 2020. Destes, 41% pretendia tomar a decisão em 12 meses. Ou seja, entre janeiro e dezembro de 2021. A taxa levantada corresponde a 32.932 famílias com renda mensal a partir R$ 1,6 mil por mês.
O motivo para o aumento está na pandemia, que ofereceu um cenário social e econômico favorável. O CEO de uma empresa de pesquisas do ramo, Marcus Araújo, diz que tudo começou com a Selic.
“Foi em julho de 2020, com a queda da taxa pra 2,25%, e em agosto, com 2%. Foi quando havia muito imóvel com preço agradável e as pessoas estavam insatisfeitas com a casa na quarentena. Isso fez dezembro e janeiro terem 13 milhões de famílias interessadas na compra”, explica Araújo.
Foram ouvidas na pesquisa 1.480 famílias, entre janeiro de 2019 e dezembro do ano passado. Com base nesses dados, Marcus detalha que o cenário na cidade é o melhor dos últimos nove anos. Segundo ele, a intenção de compra de imóveis também tem relação com a manutenção de renda.
Como as pessoas deixaram de sair e consumiram menos, mais dinheiro foi poupado na pandemia. O resultado também se explica devido ao aumento de ganhos de alguns setores ao longo de 2020.
“Durante a pandemia, as pessoas que conseguiram manter, ou até ampliar a renda, dependendo do ramo de atividade, gastaram menos dinheiro. Então, durante 120 ou 150 dias, muitas famílias mantiveram, ou expandiram renda e conseguiram, por exemplo, zerar o cartão de crédito”, alega.
A continuidade da pandemia e a incerteza sobre o retorno à normalidade também influenciam. Com isso, o cenário otimista para a compras de imóveis deve se confirmar ao longo dos meses.