Após assumir temporariamente a gestão do Hospital Metropolitano através de uma requisição administrativa, o prefeito de Campinas, Dário Saadi justificou o decreto que vai permitir o uso da unidade para o atendimento de pacientes com covid-19. O chefe do executivo disse que a situação caótica do sistema público de saúde da cidade permite a intervenção do município na gerência do hospital, conforme previsto pela Constituição. Segundo a secretaria de saúde, Campinas está a beira de um colapso, com mais de 90% das UTIs ocupadas e com o crescimento de casos de UTI. O decreto publicado no Diário Oficial aponta a atual situação do enfrentamento da pandemia de covid-19, com alta de mortes e internações.
A requisição administrativa é adotada em casos de iminente perigo público, com em uma pandemia e permite o uso de toda a estrutura do hospital. De acordo com o prefeito de Campinas, Dário Saadi, o momento é muito complicado e houve a necessidade de intervenção na unidade. Segundo ele, a prioridade no momento é garantir o atendimento à população infectada pelo novo coronavírus. “Nós decidimos fazer essa requisição administrativa, que não se trata de expropriar, de pegar ou tomar a propriedade daquele imóvel. Trata-se de uma requisição, prevista na Constituição brasileira, requisição administrativa, que o quadro sanitário na cidade de Campinas, o quadro emergencial na cidade de Campinas, nos impôs a tomar essa atitude”, disse.
O grupo Wakanda havia assumido o passivo do Metropolitano e cuidava dos ajustes estruturais do hospital, que seria reaberto com um novo nome. A unidade estava fechada desde novembro do ano passado, quando se encerrou o convênio firmado com a prefeitura de Campinas. O Hospital Metropolitano decidiu entrar com uma ação judicial contra a prefeitura e classificou o ato como invasão.