O plasma sanguíneo de pessoas que já tiveram coronavírus pode ajudar pacientes que estão em tratamento a adquirirem anticorpos de maneira passiva, ajudando o organismo a montar a própria resposta imune. Por isso, o Hemocentro da Unicamp abriu agendamentos para pessoas que já tiveram coronavírus fazerem a doação de sangue.
O Hemocentro é um dos pontos de coleta de São Paulo e integra uma campanha criada pelo Governo do Estado, e coordenada pelo Instituto Butantan. O objetivo é contribuir com o tratamento de pacientes com covid-19 por meio da transfusão do plasma, que é a parte líquida do sangue, onde são encontrados esses anticorpos de combate à infecção.
A transfusão desse plasma no doente pode garantir um impulso ao sistema imunológico e acelerar o processo de recuperação. A pesquisa, que tem o apoio da FAPESP, é conduzida por pesquisadores dos hospitais Israelita Albert Einstein e Sírio-Libanês, em colaboração com um grupo do Instituto de Ciências Biomédicas da USP.
O tratamento é experimental, mas dados de um estudo brasileiro apontaram que foi observada melhora em pacientes tratados com esse método, principalmente quando aplicado nos dez primeiros dias de sintomas. O procedimento é seguro, com risco equivalente ao de qualquer transfusão de sangue. Outros estudos com o método foram realizados nos Estados Unidos e também sugerem que o tratamento reduz a mortalidade.
Os critérios para doar são os mesmos de uma doação de sangue comum, só que neste caso, o doador precisa já ter sido contaminado pelo coronavírus e estar curado há mais de 30 dias. Ao todo são quatro postos de coleta na Região. Pelo site agendamento.hemocentro.unicamp.br, é possível selecionar um dos quatro locais. Além do Hemocentro, estão listados o Hospital Municipal Dr. Mário Gatti, o Hospital Estadual de Sumaré e o Hemonúcleo de Piracicaba.