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Segunda onda da pandemia aumenta movimento no setor funerário

Cemitério da Saudade - Imagem: Google Street View

A pandemia provocou enormes problemas para a economia mundial. Quase todos os países que integram a lista de principais economias do mundo fecharam 2020 em recessão. Vários setores foram impactados, como indústria, comércio e serviços.

Porém, há segmentos que registraram crescimento com a pandemia, como empresas que produzem os EPI’s (Equipamentos de Proteção Individual), algumas indústrias farmacêuticas, e até o setor funerário, uma vez que houve crescimento nas mortes por mês desde o início da pandemia.

O impacto neste setor foi significativo, segundo relata José de Vasconcelos Cunha, Diretor Administrativo Financeiro da Comunidade Religiosa Santa Rita de Cássia, administradora dos Cemitérios Flamboyant, Aleias e Acácias. “Tivemos sim um aumento considerável de sepultamentos agora com a segunda onda da covid-19 em 2021, tivemos um aumento de 71%, é bastante significativo”. Para se ter uma ideia, de janeiro a abril de 2020 Campinas registrou 1.882 mortes. No mesmo período em 2021 o número saltou 2.895 óbitos, um aumento de 53,8%, segundo dados da Setec.

O diretor afirma que apesar do aumento nos sepultamentos, não houve aumento o custo às famílias, contrariando a lei da oferta e procura. Porém, ele afirma que os custos para a realização dos enterros aumentaram, devido a necessidade de maiores cuidados por parte de quem trabalha nos cemitérios. “O custo aumentou muito, nós temos que ter todo um esquema de equipamentos de proteção individual para que nossos funcionários não fiquem expostos ao fazer sepultamentos de pessoas que faleceram pela covid-19, são macacões, o paramento das pessoas para efetuar um procedimento de sepultamento ou exumação, isso aumentou muito nossos custos”, explica.

José de Vasconcellos afirma que há uma negociação com a Secretaria de Saúde de Campinas para que esses trabalhadores sejam incluídos nos próximos grupos a serem vacinados contra a covid-19.

O diretor de um Plano funerário de Campinas, Ercy Soares, relata que também houve um aumento na procura por planos funerários, em especial na segunda onda. “Na primeira onda houve um aumento dos serviços em torno de 25%, mas agora na segunda onda, em março e abril de 2021, houve um aumento de mais de 100% em número de funerais realizados”.

Mas ele afirma que esse aumento expressivo no número de sepultamentos acabou gerando também um aumento de custos para a empresa, e dificuldades operacionais. “Tivemos dificuldades operacionais, de logística, tivemos de contratar pessoas para fazer os atendimentos, tanto agentes funerários como pessoas de campo nos cemitérios. A gente teve uma grande dificuldade pois os insumos sumiram muito, como cimento e ferro, que são insumos de construção, mas felizmente as empresas fabricantes de artigos funerários conseguiram segurar seus preços, tiveram dificuldade somente de fornecer o material”, detalha.

Ercy Soares afirma que apesar do aumento nos óbitos, a empresa também sofreu os impactos da pandemia, pois os vendedores de planos funerários suspenderam as vendas na fase mais restritiva do Plano São Paulo, ficando mais de 40 dias parados, em casa. Ele acredita que a pandemia não foi uma oportunidade de negócio para o setor, mas sim, uma oportunidade de visibilidade sobre o serviço que é prestado pelas empresas.

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