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Professores da Aníbal de Freitas publicam carta à população

Foto: Danilo Braga

Professores da Escola Estadual Aníbal de Freitas, em Campinas, divulgaram uma  carta nesta sexta-feira. Eles se posicionam com relação ao caso de homofobia ocorrido na unidade educacional no último dia 11, envolvendo um aluno de 11 anos, do 6º do ensino fundamental, que recebeu críticas em um grupo de mensagens após sugerir trabalho escolar com tema LGBT. 

A carta é assinada por “Toda a equipe docente da escola estadual “Professor Aníbal de Freitas.”

Nela, os profissionais se defendem dizendo que não faz sentido as acusações e a hostilidade a eles direcionadas por parte das mídias sociais e da imprensa. Também afirmam que jamais nutriram qualquer tipo de preconceito ou discriminação e reforçam que o caso não fez e não faz parte da metodologia e muito menos do caráter da equipe.

Eles também citam na carta que estão de braços abertos para acolher o garoto de volta à escola e que, juntos, traçarão caminhos que o leve à realização de suas metas.

A diretora e a professora mediadora da escola foram afastadas pela Secretaria Estadual de Educação e exercerão “atividades exclusivamente burocráticas”. As duas servidoras vão atuar com a restrição junto à Diretoria de Ensino Região Campinas Leste enquanto durar a apuração do caso pelo Estado.

O caso é investigado pela Polícia Civil e pelo Ministério Público.

Leia a carta aberta na íntegra:

“Pelo corpo docente da Escola Estadual “Professor Aníbal de Freitas” – Diretoria Regional Leste de Campinas, SP.

Embasados por trabalhos realizados ao longo de mais de uma década, nós professores desta UE, nos sentimos muito à vontade ao declarar que jamais nutrimos em nossa equipe, qualquer tipo de preconceito ou discriminação e salientamos que o episódio ocorrido com o estudante do 6° ano do Ensino Fundamental – na última sexta feira (11/06/2021) – não fez e não faz parte da nossa metodologia e muito menos do nosso caráter. Dessa forma não faz sentido as acusações e a hostilidade a nós direcionadas por parte das mídias sociais e da imprensa.

Queremos esclarecer também que permanecemos calados até o presente momento, por motivos profissionais onde estávamos nos resguardando até adquirirmos base legal, que nos assegurasse ao cargo que ocupamos, para só então divulgarmos esta carta; também porque os fatos não nos foram completamente esclarecidos como o esperado pelos responsáveis ao ocorrido. Este corpo docente preza e incentiva ao protagonismo dos estudantes, bem como sempre prezou por um ambiente educacional livre de qualquer preconceito ou discriminação e estamos comprometidos em intensificar nossos esforços para promover atividades com temáticas diversificadas que possam continuar contribuindo para a inserção de nossos alunos na sociedade atual.

Desejamos muito que o lamentável fato ocorrido não afaste o aluno de seus objetivos e sonhos para a transformação de uma sociedade mais justa e acolhedora; da mesma forma estamos de braços abertos para o acolher e juntos traçarmos caminhos que o leve à realização de suas metas.

A atitude tomada com relação ao fato, ocorreu sem o conhecimento prévio e, portanto, sem análise e consentimento desta equipe docente.

Lamentamos muito tudo que se seguiu desde então e esperamos que o episódio tenha um desfecho justo de acordo com as normas legais que caibam ao caso e para o bem comum de todos os envolvidos, direta ou indiretamente nessa situação.

Nos tempos difíceis pelos quais estamos passando, nosso desejo é apenas e tão somente o de continuar desenvolvendo nosso trabalho com a mesma dedicação, responsabilidade, empatia e carinho como sempre fizemos e por isso sempre tivemos o reconhecimento da sociedade e de nossos superiores. Que continuemos em Paz!

Assina: Toda a equipe docente da escola estadual “Professor Aníbal de Freitas.

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