Campinas registrou de janeiro a julho deste ano 2.230 casos de dengue, número 42,4% menor em relação ao mesmo período do ano passado. Além disso, a cidade não registrou nenhum óbito pela doença neste ano até o momento. Apesar dos números positivos, a dengue ainda gera preocupação, em especial na região Sudoeste, que engloba bairros do distrito do Ouro Verde e da região do aeroporto de Viracopos. Nessa região são 597 registros, o que corresponde a 26,7% do total, e também à uma taxa de 275 casos a cada 100 mil habitantes.
Um dos motivos pode ser o aumento do descarte irregular de lixo e entulhos, que gera criadouros para o Aeds Aegypt. Segundo a Secretaria de Serviços Públicos, os descartes cresceram 30% desde o início da pandemia, e se dão principalmente em margens de rios e córregos, o que não é difícil encontrar em bairros da região Sudoeste.
Iolanda Missio é moradora da região, e relata que o filho dela passou por maus momentos após ter dengue no ano passado. “Meu filho teve dengue no ano passado, ele ficou bem ruim, ficou 15 dias afastado do serviço, teve muita mancha vermelha no corpo”.
A segunda maior concentração de registros está na região Sul (que vai do Campo Belo até a saída de Valinhos) com 462 casos. Em seguida, aparece a região Leste, que engloba bairros como Taquaral, Vila Costa e Silva e o distrito de Sousas, com 443 casos.
Responsáveis pelo Programa Municipal de Arboviroses afirmam que a cidade não conseguiu ainda interromper a transmissão viral, e que há preocupação com o próximo verão, devido à chegada do calor e aumento de chuvas, gerando condições mais propícias para a proliferação do mosquito da dengue.
Campinas foi a cidade com mais casos de dengue no Brasil em números absolutos em 2014, à frente inclusive da capital paulista, que tem uma população dez vezes maior. Em 2015 a cidade foi a segunda do país com mais casos, atrás apenas de Goiânia.
