O Sistema Cantareira vem operando com a capacidade abaixo dos 40% desde o último dia 11 de agosto, e com isso entrou em estado de alerta. Durante a estiagem o reservatório que abastece a Grande São Paulo e também a região de Campinas vem perdendo entre 0,1% e 0,2% da capacidade diariamente. Nesta terça-feira o reservatório opera com volume de 39,2%.
Um dos fatores que contribuem para a queda neste período de poucas chuvas é a necessidade de aumento de vazão para o abastecimento de regiões como a de Campinas. O Cantareira vem liberando água para os rios da bacia PCJ, caso do Rio Atibaia, responsável por 95% do abastecimento de Campinas, que nesta terça-feira (17) apresenta vazão acima de 10 m³/s. O Rio Jaguari, em Jaguariúna, tem vazão de 3 m³/s, e o Rio Piracicaba, em Piracicaba, tem vazão de 21 m³/s.
Entre janeiro e julho o Cantareira teve somente 61% de chuvas em relação à média histórica, ou seja, recebeu 39% menos água do que o habitual para o período. Esta falta de chuvas é o principal motivo para a situação atual. No ritmo atual é possível que o Sistema Cantareira passe a operar com menos de 30% da capacidade até o final do ano, o que faria com que a classificação fosse alterada do estado de alerta para estado de restrição.
Caso isso se confirme, há possibilidade de haver uma nova crise hídrica em 2022, já que em dezembro de 2013, logo antes da crise hídrica de 2014, o Cantareira operava com 27,3% da capacidade. Apesar disso, a Sabesp, que faz a gestão da água do Cantareira, afirma não haver risco de desabastecimento, e que a situação é melhor do que em 2014, pois ao longo dos últimos anos foram realizadas melhorias que tornaram a Grande São Paulo menos dependente do Cantareira.
