O gasto atual 77% maior nas compras feitas pela internet em relação às lojas físicas em Campinas é uma amostra do aumento das vendas on-line no País. Mas para o economista e professor da PUC-Campinas, Izaías de Carvalho Borges, o e-commerce ainda tem o frete e a conexão como desafios.
Mesmo com a impulsão no digital por conta das restrições da pandemia e da confiança maior nos serviços de compra e entrega, pesquisas mostram que os altos valores pagos pelo serviço de entrega afastam muita gente da opção virtual. Além disso, a qualidade da conexão também deixa a desejar.
“As pessoas reclamam muito do custo do frete e a outra coisa é a qualidade da internet e das conexões. Então, na minha opinião, o Brasil tem um grande desafio aí: resolver essas questões para que o e-commerce seja, digamos, uma forma predominante de vendas de agora em diante”, defende.
Conforme a consultoria eConsultancy, no Brasil, cerca de 55% dos abandonos de carrinhos virtuais acontecem por causa do frete caro. Já o Speedtest Global Index, que mede a internet no mundo todo, classifica o nosso país como 83º no ranking de velocidade para mobile e 57º lugar para web.
Para os dois casos, segundo o economista da PUC, é necessário investimento público e privado para cobrir as distâncias continentais entre grandes centros e cidades e melhorara infraestrutura das comunicações no território nacional. No caso do frete, por exemplo, cita um paradoxo sobre o valor.
“Veja que coisa complicada: o consumidor percebe um frete caro, mas, ao mesmo tempo, vive com receio de uma greve dos caminhoneiros, que percebem um frete barato. Então, são valores que não agradam ninguém. E isso tem a ver com preço de combustível e segurança, por exemplo”, afirma.
