Mesmo com a pandemia causando uma retração de 56% na comparação com 2019, a Região Metropolitana de Campinas teve 24 investimentos em 2020, segundo melhor resultado do estado.
Conforme os dados divulgados após o estudo do Observatório PUC-Campinas. a RMC só ficou atrás apenas da Região Administrativa de São José do Rio Preto, que teve 26 investimentos no ano.
Dos 24 aportes, sete foram aplicados em infraestrutura de transporte, eletricidade e gás, 20 a menos em relação ao ano retrasado. Outros sete ocorreram em serviços de alimentação e de imobiliária.
Na avaliação do economista doutor Cristiano Monteiro, a diminuição em infraestrutura e serviços na pandemia é chamativa. Além disso, vê uma queda também na atividade produtiva de alto valor.
Os demais investimentos foram destinados aos setores da indústria, do comércio e da agricultura, que também sofreram retração na comparação com 2019, principalmente pelo contexto pandêmico.
“A região metropolitana tem uma história muito relacionada à indústria de alto valor. Isso nas décadas passadas prevaleceu. Mas essa atividade tem mantido agora uma dinâmica fraca”, aponta.
Monteiro também destaca a mudança na destinação das aplicações. Enquanto dois anos atrás vários aportes foram feitos em segmentos de serviços especializados, em 2020 essa realidade desmoronou.
Questionado sobre a expectativa para os próximos anos, o professor aponta que a principal necessidade de todos os 20 municípios da RMC é criar condições de atração de grandes empresas.
“Um grande desafio que se coloca é recuperar essa capacidade de investimento nesse próximo período. E, evidentemente, tem que ter liderança, sobretudo, dos serviços especializados”, explica.
Entre os exemplos, estão as áreas de Tecnologia da Informação, Comunicação, Atenção à Saúde Humana, Atividades Jurídicas e de consumo das entidades nos ramos de inovação e desempenho.
Todos esses segmentos, segundo o professor doutor Cristiano Monteiro, fazem parte de uma nova realidade mundial para a qual a RMC não se preparou e ainda não viu os efeitos esperados.