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Investimentos da classe C despencam durante a pandemia

Foto: Arquivo/CBN Campinas

O número de investimentos de pessoas pertencentes à classe C diminuiu no Brasil durante a pandemia da Covid-19. Por outro lado, os que são das classes A e B aumentaram suas reservas financeiras no mesmo período. Isso é o que aponta a quarta edição da pesquisa ‘Raio X do Investidor Brasileiro’, realizada pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) em parceria com o Datafolha.

Segundo o levantamento, em 2019, 61,1% das pessoas de classe A investiram, e em 2020 esse percentual saltou para 71,6%. O aumento também ocorreu na classe B, passando de 52,7% em 2019 para 54,3% no ano passado. Por outro lado, o percentual de investidores na classe C reduziu de 39,2% para 29,9%.

Foto: Cristiano Monteiro/Divulgação

De acordo com o economista Cristiano Monteiro, docente extensionista do Observatório PUC-Campinas, a classe C passou a buscar educação financeira e investir no mercado financeiro porque com valores baixos, a partir de R$ 100 já é possível iniciar uma aplicação. Contudo, as incertezas geradas pela pandemia afetaram diretamente esse público, que teve de usar as reservas financeiras para pagar dívidas e se manter.

“Antes a classe C tinha uma composição familiar na qual todos trabalhavam, agora se vê desemprego na composição da família da Classe C. Ela está enfraquecendo o poder aquisitivo dessa classe C. Ela levou essa classe C para o endividamento no sistema financeiro. Esse endividamento crescente que tanto preocupa”, diz.

O economista explica que a classe C é diretamente impactada pela situação macroeconômica do país.

“Depende de como as atividades produtivas estão gerando emprego, renda, distribuindo esse valor na forma salário, na forma rendimentos para esse individuo que participa do trabalho social, dessas atividades produtivas”, aponta.

A pesquisa também revela que os brasileiros estão usando mais os produtos financeiros como opção de investimento. Em ações, por exemplo, o número de investidores saltou de 1,5 milhão, em 2019, para 3,4 milhões, em 2020. Um movimento similar aconteceu no número de investidores em fundos, que passou de 2,6 milhões, em 2019, para 4,7 milhões no ano passado. No caso da poupança houve redução de 35,6 milhões de investidores para 30,2 milhões.

Além da pandemia, 2020 foi um ano marcado por um ambiente de taxa de juros historicamente baixa no Brasil, de forma que os dados da pesquisa retratam os impactos sobre a dinâmica de consumo e renda e, consequentemente, na forma do brasileiro investir.

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