Campinas deverá fechar 2021 com um volume de chuvas muito abaixo da média histórica. Há menos de duas semanas do final do ano, o volume registrado até o momento na cidade é 38% menor do que a média histórica. Foram registrados cerca de 870 mm ao longo do ano, sendo que a média histórica para a cidade é de 1.400 mm anuais.
A pesquisadora do Cepagri da Unicamp, Professora Ana Ávila, afirma que os números são preocupantes. “Nós tivemos apenas fevereiro e outubro com chuvas que atingiram a média e até um pouco acima da média, os outros meses todos com chuvas abaixo da média, estamos com um volume abaixo do necessário, com um déficit importante, que houve no ano de 2020 também”.
Em 2021 o mês com mais chuvas foi fevereiro, com 269 mm, o equivalente a 31% do registrado em todo o ano. Já o mês com menos chuvas foi julho, quando não foi registrado um milímetro sequer. Historicamente o mês com mais chuvas na cidade costuma ser janeiro, e o com menos chuvas, agosto. A pesquisadora afirma que uma junção de fatores tem provocado a falta de chuvas. “São vários mas neste ano estamos com o La Niña, que tem uma influência principalmente no sul do país, mas acaba tendo reflexo aqui para nós, e este fenômeno vai até o meio de 2022″.
E a ausência de precipitações dentro dos níveis habituais impacta no abastecimento de água das cidades. Campinas obtém no rio Atibaia 95% da água que utiliza, e quanto o nível do rio está baixo, há a liberação de água do Sistema Cantareira, que abastece também boa parte da Grande São Paulo.
Neste mês de dezembro o Cantareira tem operado um volume de água próximo a 25% da capacidade total. Para efeito de comparação, em dezembro do ano passado o nível era de cerca de 35% da capacidade, e há cinco anos o nível estava na casa dos 45%.
