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Procura por atendimento de sintomas respiratórios dispara em Campinas

Foto: Guilherme Pierangeli

A rede municipal de Saúde de Campinas registrou um aumento expressivo na procura por atendimento de pessoas com sintomas respiratórios. Segundo a Rede Mário Gatti, entre 7h de segunda e 7h de terça-feira a rede atendeu 2,3 mil pacientes, volume 48,2% maior que nas 24 horas anteriores, e 290% maior que a média que vinha sendo registrada antes do surto de síndromes respiratórias, que teve início no final de dezembro.

Considerando somente pacientes com sintomas gripais, entre 7h de segunda e 7h de terça-feira foram 442 atendimentos no Hospital Ouro Verde e 349 no do Mário Gatti-Amoreiras, além de cerca de 1 mil nas UPAs. Ainda segundo a rede, todos os pacientes com sintomas que indicam a possibilidade de Covid fazem o teste PCR, mas a positividade tem ficado abaixo de 5%, e a maioria dos casos confirmados são leves, sem necessidade de internação.

Nesta terça-feira (4) as unidades de saúde do município seguiram registrando grande procura. No Mário Gatti Amoreiras, o antigo Hospital Metropolitano, o número de pacientes aguardando atendimento era tão grande que não havia lugar para todos sentarem enquanto aguardavam.

O vendedor Agestil Ferreira levou a mãe, Helena Ferreira, até o local, mas após se informar na recepção, decidiu deixar o hospital e buscar um médico particular. “Vou levar ela no particular, ainda bem que eu consigo, mas fico pensando em quem está na fila e talvez não tenha o dinheiro para pagar uma consulta particular. Ela está com sintomas de gripe ou covid, tomou as três vacinas, mas por via das dúvidas…”

Na UPA São José a procura também era intensa, em especial de pais com crianças com sintomas de gripe. Essa alta procura acabava impactando outros atendimentos, considerados de menor urgência, caso da faxineira Luciana Correia, que levou uma hora e meia apenas para passar pela triagem.

A Médica Infectologista da Unicamp, Rachel Stucchi, atribui o cenário atual à uma junção de fatores. “Nossos números estavam melhores, flexibilizamos muito, as pessoas acabaram abrindo mão de outras medidas, e com uma variante que transmite muito rapidamente, que é a Ômicron, e um vírus de gripe que ainda não temos vacina, infelizmente nós temos essa situação agora que vai demandar muito de todos os serviços de saúde”.

No intuito de gerir a situação, a prefeitura de Campinas anunciou medidas como o pagamento de um adicional aos médicos que trabalharem em plantões específicos; a homologação do contrato com a entidade que contratará profissionais para a UPA Campo Grande; e a reorganização do atendimento de sintomáticos respiratórios nos 67 centros de saúde, com todas as unidades atendendo esses pacientes durante todo o período em que estiverem em funcionamento. Além disso, novas medidas poderão ser anunciadas ao longo da semana.

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