O retorno das aulas presenciais não é motivo suficiente para tranquilizar os motoristas autônomos de transportes escolares da região de Campinas.
Os frequentes aumentos dos preços dos combustíveis preocupam os condutores. Alguns já repassaram os custos, afirma o presidente do sindicato que representa os profissionais, José Brasilino dos Reis.
“O combustível subiu demais então não tem como fazer desconto para os pais porque o combustível está muito alto, infelizmente. Não é nem culpa nossa. A culpa é do combustível e não tem chance de baixar a mensalidade. O pessoal já aumentou”
O motorista Erivaldo Francisco Pais afirma que conseguiu manter o mesmo número de contratos porque muitos condutores mudaram de profissão durante a pandemia.
Ele diz que não vai aumentar o valor da mensalidade para não perder clientes.
“ Até agora nós estamos passando dificuldades porque não conseguimos passar o preço que teria que cobrar. O número de crianças voltou ao normal. Muito transportador parou porque não conseguiu, quebrou. Eu conheço vários. Teve um até que chegou a dar infarto por causa das contas. Então muita gente parou e acabou tendo bastante crianças para transportar”
De acordo com o sindicalista José dos Reis, muitos motoristas passaram por dificuldades durante a pandemia e buscaram outras ocupações.
“Eu vi muitos motoristas com dificuldades e passando fome, outros vendendo os seus veículos para sustentar as famílias. Muitos viraram motoboys, outros foram trabalhar em algumas empresas porque conseguiram arrumar serviços, mas era difícil porque as empresas estavam todas fechadas. Quando a gente fazia alguma arrecadação de alimentos, assim que colocávamos nos grupos o pessoal já estava lá para buscar”
Segundo o Sindicato dos Transportadores Autônomos Escolares de Campinas e Região, 30% dos condutores abandonaram a profissão nos últimos dois anos.
Em Campinas, o número de motoristas escolares caiu de 2.000 para 1.700.
