Após dois anos com o comércio fechado para vendas de Páscoa devido à medidas de restrição de combate à covid-19, neste ano as lojas estão abertas para as vendas do período. O empresário Fabio Ruzene tem uma fábrica e lojas de chocolates, em Campinas, e comentou essa dificuldade. “O reflexo de toda essa pandemia foi muito grande, tivemos perdas significativas, foram dois anos que o setor de chocolates sofreu demais, pois a páscoa é o principal momento para este ramo, e foram dois momentos que tivemos lockdown”.
Além do período de fechamento de lojas, a pandemia provocou outros problemas para o setor: o aumento dos custos. “Desde 2020 até hoje o nosso produto, que trabalhamos com produto importado, chegou a subir de 60% a 70%, é impossível repassar tudo isso pro consumidor, e a gente busca alternativas como lançamentos de produtos inovadores, buscamos influências fora do Brasil, para a gente trazer coisas diferentes”, conta Ruzene.
A Acic (Associação Comercial e Industrial de Campinas) estima um crescimento de 8% nas vendas da páscoa na Região Metropolitana de Campinas (RMC) em relação ao ano passado. Mas, mesmo com as lojas abertas, a situação da economia e a alta da inflação são fatores que preocupam produtores e lojistas. “Esse ano a gente espera vender igual ao ano passado, ou que tenha uma elevação mínima, não é um cenário muito bom, não é um horizonte que a gente diga que vai prosperar muito nesse período, todo varejo tá sofrendo retração, a gente espera manter as nossas vendas e ter uma alta de 2% a 4% a mais que no ano passado, mas isso é um cenário otimista”, explica Ruzene, que afirma ter mantido o número de empregados temporários nas lojas e na fábrica no comparativo com outros anos antes da pandemia.
No Brasil a Páscoa deve movimentar R$ 2,1 bilhões segundo projeção da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
