Com a aprovação de uma Medida Provisória que pode trazer de volta a gratuidade do despacho de bagagens, consumidores acreditam que as viagens devem ficar menos caras.
A família da advogada Juliana Vargas vive no interior do estado de São Paulo e viaja ao menos duas vezes por ano para o Rio Grande do Sul.
Juliana conta que, em julho do ano passado, precisou levar uma bagagem de 22 kg e pagou R$ 70 por trecho. Para ela, a volta do despacho gratuito pode diminuir os preços das viagens.
“Quando a gente vai colocar todos os custos na ponta do lápis e sendo uma viagem que você precisa levar mais bagagens é um incentivo, sim. Nosso poder aquisitivo reduziu, então está mais difícil fazer a viagem.”
Para o economista Igor Lucena, na prática, as passagens aéreas vão ficar ainda mais caras.
“Existe uma pressão muito grande entre os custos das companhias aéreas principalmente com o aumento dos preços dos combustíveis derivados do petróleo. Então, essa “gratuidade” vai ser repassada no preço. Se a gente já assiste aumento dos preços das passagens, esses aumentos vão continuar porque esse custo vai ser embutido no preço. Essa gratuidade, na prática, não vai existir.”
A proposta que foi aprovada no Senado e na Câmara dos Deputados prevê a gratuidade no despacho de bagagens de até 23 quilos em voos nacionais e de 30 quilos em viagens internacionais.
O texto faz parte da Medida Provisória (MP) que flexibiliza regras para o setor aéreo, conhecida como “MP do Voo Simples”
A proposta ainda precisa ser sancionada pelo presidente Jair Bolsonaro.